Vereadores de Fortaleza fazem minuto de silêncio pela morte de César Veras, assassinado em Camocim

Homenagem aconteceu durante a sessão legislativa desta terça-feira (30)

Os parlamentares da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) realizaram, durante a sessão desta terça-feira (30), um minuto de silêncio para homenagear César Veras (PSB), vereador de Camocim morto em um atentado a faca no último domingo (28), num restaurante do município localizado no Litoral Norte. 

O minuto de silêncio aconteceu a pedido do vereador Bruno Mesquita (PSD), que aproveitou para fazê-lo durante a justificativa de voto de solicitação, esta do vereador Adail Júnior (PDT), que requereu à Mesa Diretora da Casa para que fossem enviados votos de pesar à família do político.  

"Cezinha era boa pessoa demais. Sempre alegre e disposto a ajudar quem precisava, tanto é que foi presidente da UVC (União dos Vereadores do Ceará) por dois mandatos, vereador por quatro vezes, o mais votado do Camocim. Era um cidadão além da categoria de político", elogiou o social-democrata. 

Júlio Brizzi (PT) justificou seu voto no requerimento do pedetista e subscreveu a matéria. "(Queria) me solidarizar com a família e os amigos do vereador César Veras. É uma perda trágica para a política do Ceará, para a cidade de Camocim, especificamente", acrescentou.

Foram mencionados no requerimento de Adail Júnior a esposa do vereador, Carolina Veras, e dois dos seus filhos, Maria Clara e César Filho, para que fossem comunicados sobre o procedimento do Legislativo. 

Quem foi César Veras

César Veras tinha 52 anos e era dono de uma carreira política que acumulava quatro mandatos no Legislativo do município. A primeira vez que foi eleito, em 2004, chegou ao cargo como um membro do Partido Popular Socialista (PPS), o atual Cidadania, sua primeira sigla.

Na primeira vez, ele esteve na cadeira de 2005 até 2008. Na eleição seguinte não se candidatou e, somente em 2013, voltou para o Parlamento local para sua segunda passagem, desta vez pelo Solidariedade. 

Em 2017, emplacou uma terceira legislatura — sendo esta consecutiva —, pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Durante o terceiro mandato, além de parlamentar, foi presidente da Câmara Municipal de Camocim, tendo sido o chefe do Legislativo entre 2019 e 2020.

A eleição para vereador se repetiu em 2020, também pelo PDT. Ele completaria o quarto ano na Casa Legislativa no fim do ano e era pré-candidato na cidade, agora filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), para onde migrou no início de abril, durante a janela partidária. 

Por duas oportunidades, entre 2015 e 2017 e depois entre 2017 e 2019, o político foi dirigente da União de Vereadores do Ceará (UVC), entidade que representa a classe política de legisladores municipais. Pela condução da instituição, foi nomeado como presidente de honra, função que exercia até os dias atuais. 

Na atual legislatura, César Veras era líder do governo da prefeita Betinha (PSB), na Câmara de Camocim.

Graduado em Administração, o vereador era casado e deixou três filhos. Sua carreira profissional fora da vida pública era voltada para a administração de empresas. Ele também atuava como corredor. 

Sobre o caso

Segundo testemunhas, o suspeito de ter cometido o assassinato foi um homem que trabalhava como garçom no restaurante onde o crime aconteceu. Ainda segundo os relatos, não houve nenhuma discussão ou briga antes do esfaqueamento. Funcionários do estabelecimento acreditam que o suspeito possa ter “surtado” antes de golpear as vítimas. 

No mesmo dia do ocorrido, o governador Elmano de Freitas (PT) confirmou a prisão do suspeito. “Determinei rigor máximo na apuração dos fatos. Nossas forças de segurança já prenderam o suspeito, que será colocado à disposição da Justiça”, disse em publicação neste domingo. 

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou que o suspeito é garçom no restaurante onde ocorreu o crime e foi preso com a arma usada para esfaquear as três vítimas. Ele foi preso por agentes do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) da Polícia Militar. 

Ele foi conduzido para a Delegacia Regional de Sobral e autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e sem chance de defesa e por duas tentativas de homicídio qualificado. A Polícia Civil segue com a investigação em andamento para descobrir a motivação do crime.