Segunda testemunha ouvida na CPI das Associações Militares, Sargento Reginauro afirmou que a comissão terá que "apresentar prova" de que os recursos da Associação de Profissionais da Segurança (APS) foi destinada à paralisação dos militares ou a eventos de natureza política, caso contrário "entraremos com medidas cabíbeis".
O relator da comissão, que investiga suposto envolvimento das associações militares no motim de policiais militares no Ceará, em 2020, Elmano Freitas (PT), citou cheques assinados por Reginauro, no valor de quase R$ 90 mil, nos dias que antecederam a paralisação.
"Ele faz um recorte e pega os cheques que estão assinados próximo ao movimento e levanta a insinuação de 'ah, esse cheque foi para esse fim", disse Reginauro. Ele citou que, por vezes, deixava diversos cheques assinados para serem usados, pelo tesoureiro, no momento de necessidade. "É normal de uma empresa que tem um grupo diretor".
"O que eu espero é que ele apresente agora uma prova de que esses recursos foram destinados para a paralisação ou para evento de natureza política. (...) Uma vez isso não acontecendo, nós entraremos com as medidas cabíveis porque é o nosso nome, a nossa imagem que ficou em xeque diante da narrativa feita pelo relator".
Cheques assinados
Segundo Elmano de Freitas, Sargento Reginauro teria assinado cheques de quase R$ 90 mil para serem sacados "na boca do caixa" pouco antes do motim de policiais ocorrido em 2020. De acordo com Elmano, além da assinatura e dos saques, uma sequência de fatos anteriores ao motim levanta suspeita sobre o possível financiamento do ato por parte da APS.
A entidade foi presidida por Reginauro por seis anos. Ele pediu exoneração do cargo no dia 19 de fevereiro de 2020, um dia após o início do motim dos militares no estado.