O mandato do deputado federal Heitor Freire na presidência do PSL no Ceará termina no próximo domingo (1º) e, com isso, a troca do comando do partido no Estado para o grupo político do deputado federal Capitão Wagner (Pros) será efetivada.
Em uma carta a correligionários, Heitor Freire confirma a mudança e diz que ocupará a vice-presidência estadual da legenda e também ficará à frente do PSL em Fortaleza.
Aliados no comando
Segundo ele, Capitão Wagner não assumirá, neste primeiro momento, o comando, uma vez que parlamentares só podem mudar de sigla durante a janela partidária - período autorizado pela Justiça Eleitoral para trocas de legenda sem o risco de perda do mandato.
Ainda não se sabe quem assumirá o cargo de presidente, mas a expectativa é de que seja uma pessoa ligada diretamente a Wagner. Ao passar o bastão, Heitor Freire sustenta, na carta, que o PSL deve crescer mais sob o novo comando.
Deixo essa presidência com a cabeça erguida e com o sentimento de missão cumprida. Passo agora o comando para o meu amigo deputado federal e futuro governador do Ceará, Capitão Wagner".
Eleição de 2022
A troca no PSL é fruto de acordos que envolvem a cúpula nacional do partido para uma aproximação.
Em 2020, na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner tentou o apoio do partido, mas Heitor Freire resolveu ser candidato e, no segundo turno, ainda não apoiou Wagner.
As movimentações políticas ocorrem em meio à especulações sobre a possibilidade de Capitão Wagner concorrer ao Governo do Estado em 2022, mas nada está definido no grupo da oposição. Ele se coloca como pré-candidato.
Wagner só deve confirmar, em definitivo, eventual saída do Pros e filiação ao PSL no ano que vem. Até lá ele, está buscando atrair partidos para o seu grupo, com vistas a ganhar musculatura para a disputa.
Histórico do PSL
Heitor Freire assumiu a presidência do PSL em 2018 e apoiou o então candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro que, na época, era filiado à sigla.
Além de Freire ter sido eleito deputado federal, o partido elegeu mais dois deputados estaduais no Ceará. Um deles foi André Fernandes, que, após desavenças internas, se filiou ao Republicanos no ano passado.
Freire também teve atritos com o grupo mais ligado a Bolsonaro e acabou se afastando da base aliada. Ele, porém, afirma que segue defendendo pautas conservadoras e alinhadas à direita.