Agentes da Polícia Federal fazem buscas em uma operação sobre a suposta tentativa — capitaneada por militares ligados ao então presidente Jair Bolsonaro — de vender ilegalmente presentes dados ao governo por delegações estrangeiras. As informações são da TV Globo e GloboNews.
Conforme as emissoras, os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no inquérito que investiga as ações de uma suposta milícia digital que atua contra a democracia.
Quem são os alvos da operação?
Conforme a TV Globo e a GloboNews apuraram, há pelo menos quatro alvos:
- O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel do Exército Mauro Barbosa Cid;
- O pai dele, o general do Exército Mauro César Lorena Cid;
- O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti;
- O advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiares em diversos processos na Justiça.
A operação da PF foi batizada "Lucas 12:2", em alusão ao versículo da Bíblia que diz: "não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido".
Segundo a TV Globo e a GloboNews apuraram, há mandados sendo cumpridos em Brasília, São Paulo e Niterói (RJ).
"Há muitos estudos que mostram que compra e venda de joias é um caminho clássico de corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos veem como um crime 'seguro', que ficará escondido para sempre. Por isso, é essencial sempre investigar o assunto, quando há indícios de ilegalidades", escreveu o ministro da Justiça, Flávio Dino, na manhã desta sexta-feira, no Twitter.
Mauro César Lorena Cid negociou joias nos EUA
Conforme as investigações, o general era o responsável por negociar as joias e os demais bens nos EUA – inclusive, recebia os valores em sua conta bancária.
A Polícia Federal brasileira já pediu um acordo de cooperação internacional com os Estados Unidos para quebrar o sigilo dessa conta.
Mauro César Lorena Cid é general do Exército e foi colega de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), nos anos 1970.
Durante o governo Bolsonaro, o militar ocupou cargo federal em Miami ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos