Morre Agassiz Almeida, deputado preso durante o Golpe Militar de 1964, aos 88 anos

O parlamentar de Campina Grande, na Paraíba, discordava da Ditadura Militar

Agassiz Almeida morreu na noite de domingo (21), em João Pessoa, capital da Paraíba, aos 88 anos. Natural de Campina Grande, o político foi deputado estadual e deputado federal. O ex-parlamentar chegou a ser preso por ser forte opositor à Ditadura Militar

Nas redes sociais, Agassiz Almeida Filho comunicou o falecimento do pai. "Agassiz partiu com serenidade, em casa, após uma vida inteira dedicada à causa democrática e ao Brasil. Seu exemplo como homem público, jurista e escritor deixam um legado para as gerações de hoje e do amanhã", escreveu. A causa da morte não foi divulgada pela família.

O velório ocorre nesta segunda-feira (22), no salão nobre da Assembleia Legislativa da Paraíba. Já o enterro acontecerá às 16h, no cemitério Parque das Acácias.

Histórico Político

Nascido em 25 de setembro de 1935, Agassiz era alinhado a pautas de esquerda desde muito jovem. Formou-se em Direito e fundou a Ligas Camponesas na Paraíba.

Foi professora da Faculdade de Ciências Econômicas de Campina Grande da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Na década de 1960, foi eleito suplente de deputado estadual, assumindo o mandato por alguns meses.

Durante o Golpe Militar foi perseguido, juntamento com colegas do PSB. Agassiz, Assis Lemos, Langstein de Almeida e Figueiredo Agra foram cassados em 7 de abril.

Poucos dias depois, em 11 de abril, o parlamentar e mais 8 professores da UFPB foram afastados. No mês seguinte, em 8 de maio, foi demitido da instituição.

Foi preso e levado ao arquipélago de Fernando de Noronha, que era um presídio político da Ditadura Militar.

Esteve envolvido nas mobilizações das Diretas Já em João Pessoa e em Campina Grande. Em 15 de novembro de 1986, foi eleito deputado constituinte e participou do processo de criação da nova constituição.