Militares presos por planejar golpe atuariam na segurança do G20, diz PF; Exército nega

Os suspeitos foram detidos no Rio de Janeiro nesta terça e seriam parte de plano para matar o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin

Os quatro militares presos durante operação da Polícia Federal nesta terça-feira (19) estariam destacados na cúpula do G20 no Rio de Janeiro, segundo informou uma fonte da corporação. No entanto, em nota à AFP, o Exército brasileiro negou que eles participassem da operação. 

A força-tarefa desta terça teve como objetivo desarticular organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito em 2022. Segundo a PF, o plano envolvia o assassinato do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice, Geraldo Alckmin. 

Os suspeitos foram detidos no Rio, onde participariam na missão de segurança para a reunião dos líderes do G20, detalhou a fonte. Além dos militares, um policial federal também foi preso na operação.

O suposto plano, que os suspeitos chamaram de "Punhal Verde e Amarelo", seria executado em 15 de dezembro de 2022 e previa também o assassinato de um ministro do Supremo Tribunal Federal, segundo nota da PF.

Os militares envolvidos tinham treinamento em Forças Especiais e planejavam utilizar "técnicas operacionais militares avançadas", além de instituir um "gabinete de crise" que eles próprios integrariam. 

Crimes

Os suspeitos poderão enfrentar acusações de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, segundo a nota. 

Em outubro de 2022, Lula venceu as eleições sobre o então presidente Jair Bolsonaro. A polícia também realiza outras investigações sobre supostos planos para impedir a posse de Lula. 

Um deles envolve diretamente Bolsonaro, enquanto outro investiga os atos de 8 de janeiro de 2023, quando milhares de apoiadores do ex-presidente atacaram as sedes dos Três Poderes em Brasília e causaram graves danos.