Mario Fernandes, general preso pela PF, trocou mensagens com Mauro Cid sobre plano de executar Lula

O ex-prestador de serviços de Jair Bolsonaro (PL) tinha ciência que o plano estava em andamento

O general da reserva Mario Fernandes, preso pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19), trocou mensagens com Mauro Cid, ex-tenente-coronel, sobre o plano feito por militares para executar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). As informações são da Band.

Cid, que chegou a ser o prestador de contas de Jair Bolsonaro (PL), teria ciência que a ação golpista estava em andamento. Segundo a CNN, o militar também chegou a participar de reuniões em que militares planejavam as execuções do presidente e vice, além da prisão e assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o Correio Braziliense, a Polícia Federal também identificou uma troca de mensagens entre Mauro Cid e o general Estevam Cals Theophilo, comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), que confirmavam um encontro com o ex-presidente Bolsonaro para "organizar o apoio militar” ao golpe.

Além de integrar Cid na ação, Mario Fernandes pressionava Freire Gomes, então comandante do Exército, para aderir ao golpe. O general foi preso no Rio de Janeiro na Operação Contragolpe, deflagrada na manhã desta terça.

Fernandes fazia parte de um grupo de forças especiais do exército chamado "kids pretos", que seria responsável por organizar a morte de Lula e Alckmin em dezembro de 2022. Ele também chegou a trabalhar como assessor parlamentar do deputado e general da reserva Eduardo Pazuello (PL-RJ) na Câmara por um ano.

O general foi demitido do cargo em março deste ano após ser investigado em outro inquérito, que apura uma tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022.

Cid prestará depoimento

A partir da operação da PF, Mauro Cid será ouvido pela corporação nesta terça-feira para novas explicações. O militar concordou em participar de uma delação premiada após ter sido preso no inquérito que apura fraude no certificado de vacinação contra a Covid-19.

O ex-prestador de contas também foi um dos responsáveis por revelar o plano golpista organizado pelo alto escalão do governo Bolsonaro, além de ter participado no esquema de venda de joias e presentes entregues ao ex-presidente por autoridades estrangeiras.

"Punhal verde e amarelo"

O planejamento operacional para assassinar Lula e Alckmin era conhecido como "Punhal Verde e Amarelo". Ele seria posto em prática em 15 de dezembro de 2022, dias antes da posse em Brasília. A organização previa ainda a instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para lidar com as consequências das ações.