O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levou ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, uma proposta de criar um grupo de países com posicionamento neutro sobre guerra, aos moldes do G20 — grupo formado por chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia.
A ideia do mandatário do Executivo nacional é de unir os países que não estão envolvidos e não querem se envolver com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, principalmente, para desenvolver um instrumento político de mediação de conflito. "É preciso que a guerra pare para que a gente comece a conversar", disse Lula, em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, na Globo, neste sábado (11).
O presidente não expôs o pensamento do norte-americano sobre o assunto, mas garantiu que Biden reconhece que a guerra tem de parar. "O resultado de uma guerra é destruição: de patrimônio e de vidas humanas", compreende.
Conselho de segurança da ONU
Os dois líderes também conversaram sobre a possibilidade de retomar a governança global sobre assuntos relacionados às questões climáticas, especialmente.
Lula entende que o conselho de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) foi formado com base em uma geopolitica de 1945 e que, atualmente, está defasado. Para o petista, é preciso incluir outras nações ao grupo para que haja representatividade e para que as decisões sejam, de fato, obedecidas.
Ele, inclusive, reforçou o comprometimento do Brasil em zerar o desmatamento até 2030. "A gente não vai mais permitir garimpo ilegal em lugar nenhum. [...] É preciso ser duro para tentar criar o mundo saudável que todo mundo sonha", concluiu.
Depois de anunciar apoio à preservação da Amazônia, o presidente norte-americano foi convidado pelo brasileiro para conhecer o Brasil. Não há ainda uma data agendada para a visita. Lula quer que o presidente dos EUA conheça a indústria brasileira e, se possível, a floresta sulamericana.
Democracia
Questionado sobre as cifras relacionadas ao apoio dos EUA à preservação da Amazônia, Lula desconversou e disse que procurou Biden para retomar o diálogo entre as nações.
"É impensável que as duas maiores economias possam ficar tanto tempo sem conversar. Temos um mundo pela frente para trabalhar, para ser construído", afirmou o presidente, que disse, ainda, que "precisamos combater cada vez mais, com habilidade e coragem, a extrema direita fascista que está surgindo no mundo".