Kim Kataguiri é alvo de pedidos de cassações de diferentes partidos após fala sobre o nazismo

Em entrevista, o parlamentar defendeu que o nazismo não deveria ter sido criminalizado

Representantes de diferentes partidos políticos se manifestaram, na última quarta-feira (9), para que o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) tenha o mandato cassado.

Autoridades pediram que a Câmara dos Deputados imponha alguma punição após o parlamentar ter dito que o nazismo não deveria ter sido criminalizado na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial.

A polêmica fala de Kim foi declarada durante participação no Flow Podcast, exibida nesta semana. Bolsonaristas ainda pediram que o cofundador do Movimento Brasil Livre (MBL) renuncie.

Parlamentares se manifestam

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi um dos parlamentares que se manifestaram sobre o caso. Ele declarou que Kim ofendeu as vítimas do Holocausto, genocídio sob o comando de Adolf Hitler que matou milhões de judeus e outras minorias.

Calheiros ainda afirmou que o caso deve ser apurado pelas autoridades e que a apologia ao nazismo não é justificada pela lei de liberdade de opinião ou de expressão.

Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, defendeu a abertura de processo disciplinar contra Kim. “Neste momento protocolando ofício para a Mesa Diretora da Câmara para que o presidente Arthur Lira (PP-AL) abra processo no Conselho de Ética contra as declarações em defesa do nazismo feitas pelo deputado Kim Kataguiri”, escreveu nas redes sociais.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, ordenou a instauração de procedimento para verificar se houve crime de apologia ao nazismo por Kim e por Monark.

FALAS DE KIM E MONARK REPERCUTEM

O assunto veio à tona quando o podcaster Monark defendeu, durante entrevista com os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB), a existência de um partido nazista reconhecido por lei no Brasil, no Flow Podcast da última segunda-feira (7). 

Assim como Monark, Kim Kataguir também disse no programa que a criação de partidos nazistas não deveria ser proibida. O podcaster ainda fez incitações preconceituosas contra judeus e opinou sobre partidos de esquerda e direita. A fala repercutiu, com críticas e perda de patrocínios pelo programa, além da demissão de Monark.

"O que eu defendo que acredito que o Monark também defenda, é que por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que o sujeito defenda, isso não deve ser crime. Porque a melhor maneira de você reprimir uma ideia é (…) você dando luz naquela ideia, para ela seja rechaçada socialmente e então socialmente rejeitada", pontuou o parlamentar. Veja declaração em vídeo publicado no Instagram:

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