João Doria defende impeachment de Bolsonaro: 'Claramente afronta a Constituição'

Após o primeiro discurso do dia de Bolsonaro, o governador paulista pontuou que ele deve ser julgado por "erros e afronta à democracia"

João Doria (PSDB), governador de São Paulo, defendeu nesta terça-feira (7) o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em sua primeira manifestação pública sobre o assunto. O tucano pontuou que há uma clara "afronta" à Constituição. 

"Minha posição como governador é clara e amparada no Direito e na Constituição. O presidente precisa sofrer o julgamento de impeachment pelos equívocos, erros e pelo afrontamento à democracia", disse Doria em entrevista coletiva nesta tarde. 

No Twitter, Doria ainda fez uma publicação incluindo a hashtag "Fora Bolsonaro".

O governador pontuou que Bolsonaro empareda a Suprema Corte brasileira. Em dois discursos nesta terça, Dia da Independência, o presidente atacou ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Reunião do PSDB

Doria ainda confirmou que nesta quarta-feira (8) a executiva nacional do PSDB se reúne para alinhar a posição do partido no Congresso Nacional em relação ao comportamento de Bolsonaro: "Discutir o que está sucedendo hoje no Brasil". 

O governador também ressaltou que não faz parte da executiva nacional do PSDB e por isso não participa da reunião. Doria defendeu que o partido passe da posição de independência no Congresso Nacional para a oposição ao governo.

Ele ainda ponderou que o partido deve sair da posição de independência no Congresso Nacional para a oposição ao governo.

"O PSDB é o partido pelo qual eu fui eleito governador do Estado de São Paulo, o Estado mais densamente habitado do País, a maior força econômica do País e a nossa posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro", reforçou o governador.

Eduardo Leite aponta erro com Bolsonaro

Apoiador de Bolsonaro nas eleições de 2018, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também se manifestou contra o presidente nesta terça-feira (7). 

Pelo twitter, ele disse ter sido um erro eleger Bolsonaro e mantê-lo no poder. "Foi um erro colocar Bolsonaro no poder. Está cada vez mais claro que é um erro mantê-lo lá", diz o governador. 

Ataques a Moraes em São Paulo 

Em discurso na avenida Paulista na tarde desta terça, em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repetiu as ameaças contra o Supremo Tribunal Federal (STF), chamou de "canalha" o ministro Alexandre de Moraes e disse que nunca será preso. 

Na manifestação deste 7 de setembro, Bolsonaro diz que Moraes oprime o povo brasileiro e pediu a saída dele do Supremo. "Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou", disse Bolsonaro.

"Ou esse ministro [Alexandre de Moraes] se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixa de oprimir o povo brasileiro, deixe de censurar o povo", disse. 

Discurso em Brasília

Pela manhã, durante seu primeiro discurso do dia, em Brasília, Bolsonaro disse aos apoiadores que não admitirá que “outras pessoas joguem fora das quatro linhas da Constituição".

“Vou continuar jogando dentro das quatro linhas, mas a partir de agora não admito que outras pessoas, uma ou duas, joguem fora das quatro linhas”, ressaltou o chefe do Executivo brasileiro durante transmissão em rede social.

A regra do jogo é uma só: respeito à nossa Constituição, liberdade de opinião e sempre tendo a nossa Constituição, que é a vontade popular, acima de todos.
Jair Bolsonaro
Presidente