Jair Renan, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi alvo de operação "Nexum" da Polícia Civil do Distrito Federal, na manhã desta quinta-feira (24). Além dele, outras duas pessoas são suspeitas de crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Os agentes cumprem cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão em Brasília e também em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
No DF, as ordens foram cumpridas em Águas Claras e no Sudoeste, em desfavor do alvo principal e dois comparsas, sendo um deles um “testa de ferro” usado pelo grupo para figurar como proprietário das empresas e, ainda, na Asa Sul, em um mesmo endereço em que estão registradas uma empresa vinculada ao principal investigado e outra vinculada a um dos demais envolvidos
Há dois mandados em dois endereços ligados Jair Renan: um apartamento em Santa Catarina e outra no Sudoeste, área nobre de Brasília. A defesa de Jair Renan ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
A operação teve a participação de 35 policiais do DECOR e da Divisão de Inteligência Policial da PCDF e também da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina.
Esquema usava laranja e empresas fantasmas
O principal alvo da operação, e mentor do esquema, soma registros criminais por falsificação de documentos, estelionato, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documento falso e disparo de arma de fogo. Ele já foi alvo de duas ações da PCDF neste ano, a Operação '"Succedere" e "Falso Coach".
Maciel Carvalho, de 41 anos, era instrutor de tiro de Jair Renan, filho de Bolsonaro, e chegou a ser preso em janeiro deste ano.
As informações iniciais dão conta de que o grupo agia a partir de um laranja e de empresas fantasmas, usadas pelo alvo da operação desta quinta-feira e demais comparsas.
O nome da operação faz alusão ao antigo instituto contratual do direito romano, 'Nexum', representando a passagem do dinheiro e transferência simbólica de direitos.
Conforme investigações, o grupo usava a identidade falsa de Antônio Amâncio Alves Mandarrari, para abertura de conta bancária e proprietário de pessoas jurídicas usadas como laranjas.
Os investigados teriam manipulado relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, usando dados de contadores sem o consentimento deles.