Governo estuda medidas para baratear carro popular e quer anunciar plano dia 25

Indústria pede liberação de parte do FGTS aos trabalhadores para facilitar comércio de veículos

O dia 25 de maio pode ser marcado por um anúncio do governo para baratear o comércio de carros populares. Segundo informações da GloboNews, divulgadas neste sábado (20), representantes de ministérios e do setor automobilístico estão discutindo alternativas, como o saque de parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os trabalhadores pagarem parte da conta. 

O desejo de baratear veículos populares foi publicamente manifestado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso no dia 4 de maio. Na ocasião, Lula declarou que "R$ 90 mil não é popular".

No início da semana, representantes das montadoras se reuniram com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin. Segundo matéria publicada pelo G1, o Governo Federal e as empresas discutiram algumas opções, ainda sem chegar a um formato decisivo.

Os executivos destacaram para o governo que as montadoras já têm muita pouca margem de lucro nos carros populares e que, por isso, seria difícil reduzir os preços nas fábricas. A margem, segundo as empresas, são maiores nos carros com maior valor de mercado. Alckmin já sinalizou que o pacote também deve incluir medidas de apoio à indústria de caminhões.

Atualmente, o modelo mais barato vendido no Brasil custa R$ 69 mil. Trata-se do Renault Kwid na versão Zen, produzido em São José dos Pinhais (PR).

Saque de até 15% do FGTS pode ajudar em comércio de carro popular

Conforme informações da GloboNews, o plano defendido pela setor industrial é a possibilidade dos trabalhadores poderem sacar uma parte do FGTS — algo calculado entre 10% ou 15%, por exemplo. A ideia é usar esse valor para trocar o carro usado por um novo.

A ação poderia ser realizada por meio de uma medida provisória assinada pelo Governo Federal, caso haja consenso.

Na reunião entre governo e montadoras, foi lembrando ainda que o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) — um tributo federal — já é reduzido para carros populares.

Para ser efetiva uma queda de impostos, as medidas precisariam envolver tributos recolhidos pelos estados, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A alíquota de ICMS já é reduzida para carros de passeio e qualquer queda de arrecadação precisaria ser compensada pela União. O fato envolveria ainda uma negociação com as secretarias estaduais de Fazenda.