Ex-assessor de Bolsonaro nega falsificação de cartões de vacina e presença em atos antidemocráticos

Sargento Luís Marcos dos Reis concedeu depoimento na CPI dos Atos Golpistas nesta quinta (24)

O sargento Luís Marcos dos Reis negou, durante depoimento na CPI dos atos antidemocráticos nesta quinta (24), participação em esquema de falsificação de cartões de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro, familiares e assessores. Preso desde maio, ele integrava a equipe de Mauro Cid, na Ajudância de Ordens do ex-presidente.

Luís Marcos é suspeito de participar de esquema de falsificação de cartões de vacinação. No mesmo depoimento, ele afirmou que não participou de invasões a prédios públicos em meio a atos golpistas de 8 de janeiro, alegando que sequer participou do planejamento dos ataques.

"Jamais tive ou tenho envolvimento direto, ou indireto, ou mesmo conhecimento, sobre suposto esquema de falsificação de cartão de vacinação envolvendo o nome do ex-presidente ou qualquer membro de sua família", afirmou.

Sobre os atos antidemocráticos, o sargento, mais uma vez, negou ter praticado crimes. "Tenho a convicção de que ficará evidenciado aos senhores e senhoras que jamais contribuí para o vandalismo que sucedeu na Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro, que não depredei nenhum patrimônio, não cometi qualquer ato de vandalismo ou desrespeito à ordem", disse.

Entretanto, segundo a colunista do g1 Andréia Sadi, investigadores encontraram registros no celular dele que mostram a subida na cúpula do Congresso na data em questão. 

Relação com esquemas

Conforme relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Luís Marcos dos Reis fazia parte de um grupo que movimentou quase R$ 12 milhões em um ano e meio, composto por auxiliares de Bolsonaro.

No período entre janeiro de 2022 e maio de 2023, ele movimentou R$ 3.341.779, com R$ 72,9 mil enviados para Mauro Cid, em quatro transações.

Além disso, ele é tio do médico Farley Vinícius Alencar de Alcântara, suspeito de ter utilizado informações na rede pública de saúde de Goiás para falsificação de cartões de vacina de Bolsonaro, familiares, e da equipe do ex-presidente.

Investigações apontam que Farley recebeu pedido do tio em 2021 e teria utilizado um cartão de vacinação com duas doses de vacina contra a Covid para acrescentar o nome de Gabriela Santiago Ribeiro Cid.