Evento de comunidade católica reúne adversários na disputa pela Prefeitura de Fortaleza

18ª Festa dos Arcanjos aconteceu no bairro do Mondubim

Um evento religioso, realizado pela Comunidade Católica Shalom na noite deste domingo (29), no bairro do Mondubim, reuniu representantes de diferentes grupos políticos que disputam a Prefeitura de Fortaleza. A celebração acontece na localidade desde 2006. 

A celebração da 18ª Festa dos Arcanjos contou com a participação de Evandro Leitão (PT) e Capitão Wagner (União) — ambos candidatos a prefeito —, e de Élcio Batista (PSDB), atual vice-prefeito e candidato à reeleição na chapa de José Sarto (PDT); Gabriela Aguiar (PSD), candidata a vice de Evandro; e Acylvânia Pinheiro (PL), candidata a vice na chapa de André Fernandes (PL).

Além dos políticos envolvidos diretamente na disputa eleitoral, marcaram presença algumas figuras do entorno, como a ex-primeira-dama do Ceará e secretária de Proteção Social do Estado, Onélia Santana; o assessor de Assuntos Institucionais do Governo do Ceará, Walter Cavalcante (PV); o ex-deputado estadual Carlos Matos (União) e o vereador Jorge Pinheiro (PSDB). 

Um momento cívico, com a participação da banda da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) também foi promovido. Foram hasteadas nessa oportunidade as bandeiras do Brasil, do Estado, do Município, do Vaticano e dos arcanjos. 

Vídeo a que a reportagem teve acesso mostra que, durante a cerimônia, o padre Antônio Furtado, responsável pela Festa dos Arcanjos, chegou a citar nominalmente cada um dos candidatos que estavam no local. Ao mencionar cada um dos nomes, a plateia reagia com gritos e aplausos.

O episódio aconteceu após uma oração realizada pelo pároco, que dedicou a prece às três divisões federativas. “Oramos pelo estado do Ceará, pela cidade de Fortaleza e pelo nosso Brasil”, disse o religioso.

'Cidadania religiosa'

Consultado pela reportagem, o professor e cientista político Emanuel Freitas, que esteve na ocasião e pesquisa a relação entre religiosidade e política, afirmou que, em específico, essa iniciativa da igreja é comum em anos eleitorais. Segundo ele, “a religião se politizou, passando a falar-se de uma cidadania religiosa”. 

No entendimento do especialista, vem daí o interesse da classe política por eventos como o realizado pela Comunidade Shalom. “A religião passou a atuar como ideologia política, daí o investimento desses políticos em se fazerem presentes nas igrejas, apoiados por lideranças religiosas”, frisou.