A primeira sessão da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) após o 1º turno das eleições foi esvaziada. Menos da metade dos deputados estaduais deram presença e poucos permaneceram no plenário da Casa durante a manhã desta quarta-feira (5).
Na tribuna e nos corredores, o clima era de agradecimento entre os parlamentares reeleitos para a próxima legislatura, mas também de despedida entre aqueles que não alcançaram um novo mandato.
No último domingo (2), 12 parlamentares não foram reeleitos para o Legislativo estadual. Outros nove concorreram a outros cargos ou não foram candidatos na eleição deste ano.
Além dos resultados das eleições, parlamentares também ressaltaram o 2º turno para a disputa presidencial, onde muitos ainda devem estar investidos durante o mês de outubro. Além disso, desconversaram sobre como está o diálogo para a composição da gestão de Elmano de Freitas (PT), eleito governador no 1º turno.
O foco, explicam parlamentares da base de apoio ao petista, é a campanha do ex-presidente Lula. Os diálogos devem ficar para depois do dia 30 de outubro, quando irá ocorrer o segundo turno deste pleito.
Despedida e agradecimento
Entre os deputados que não foram reeleitos para a Assembleia Legislativa, alguns aproveitaram a primeira sessão para comentar o resultado das urnas.
Heitor Ferrer (União), que tentava o sexto mandato consecutivo, disse que não se considera "derrotado" e que a polarização na disputa majoritária teve efeitos também na eleição para o Legislativo.
"O povo bota e o povo tira. A democracia é isso. (...) Essas eleições foram atípicas. As pessoas exigiam que ficasse de um lado ou de outro, e a independência, às vezes, custa caro, a coerência custa caro. Essa não recondução ao mandato não altera em nada minha essência".
Apesar da federação formada por PT, PCdoB e PV ter conseguido ampliar a bancada - indo de oito para nove parlamentares -, alguns dos atuais deputados dos partidos não foram reeleitos.
Um deles, Acrísio Sena (PT) disse que "sai de cabeça erguida" após não conseguir renovar o mandato. Disse que o foco agora é a campanha do ex-presidente Lula no segundo turno. "E estou me colocando à disposição para contribuir, seja no Parlamento seja no Executivo, até porque temos experiência".
Nizo Costa (PT), por sua vez, destacou que teve um aumento na votação em relação a 2018, apesar de ter ficando apenas na primeira suplência. "A gente fica aguardando o próximo ano, depois da posse. Estou muito tranquilo e confiante no nosso time, no nosso partido", disse.
Eleita como primeira suplente no Senado Federal, Augusta Brito (PT) agradeceu, na tribuna, "a todos os municípios que tive a oportunidade e prazer de participar da campanha". Ela, que deixa o legislativo estadual em dezembro, parabenizou os colegas e ressaltou a participação feminina na campanha eleitoral de 2022.
"Aumentamos um grande número de mulheres. Hoje, somos só cinco mulheres dos 46 deputados. No meu primeiro mandato era 7. E agora são 9 mulheres eleitas para o próximo ano estarem aí representando as mulheres e homens do Ceará", disse.
Candidata ao Senado, Érika Amorim (PSD) também ressaltou o aumento da participação feminina nestas eleições e agradeceu o apoio na candidatura, que ficou na terceira colocação. "O número de candidaturas femininas no Ceará foi o maior desde 1998. (...) Me sinto muito feliz pela eleição de cada uma delas, e que o Parlamento esteja mais qualificado e sensível a pautas que amenizem o sofrimento do nosso povo cearense", disse.