O bilionário Elon Musk, dono do X, antigo Twitter, voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nessa segunda-feira (8), ao afirmar, sem provas, que o magistrado interferiu nas eleições presidenciais de 2022 visando "eleger" o presidente Lula (PT).
Em postagem na rede social, empresário classificou Moraes como "ditador brutal" e questionou por que parlamentares brasileiros não promovem ações contra ele. Na ocasião, o sul-africano sugeriu que Alexandre "colocou o dedo na balança para eleger Lula" no último pleito e disse que, devido a isso, o petista "não tomará nenhuma atitude contra ele".
O bilionário destacou a importância das eleições, mas não deixou claro a qual se referira — às presidenciais dos Estados Unidos ou às municipais no Brasil, ambas previstas para este ano.
Na série de publicações, Musk ainda atacou o presidente brasileiro e disse que Moraes deveria ser "julgado por seus crimes" e que o magistrado "se tornou um ditador porque tem Lula na coleira".
STF e Congresso reagem a Musk
As cúpulas do Judiciário e do Legislativo reagiram, nessa segunda, às críticas feitas pelo bilionário Elon Musk à atuação do STF. O presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o "inconformismo contra a democracia se manifesta na instrumentalização criminosa das redes sociais". As informações são da agência Estadão Conteúdo.
Já o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a regulamentação das redes é "inevitável". A Polícia Federal investigará se Musk cometeu algum crime ao ameaçar descumprir decisão do Supremo.
O que motiva embate
A investida de Musk se deu contra decisões do ministro Alexandre de Moraes, que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Moraes, em resposta, incluiu o empresário no inquérito sobre milícias digitais, no domingo (7), após o bilionário ameaçar descumprir decisões que determinaram a retirada de conteúdos do X.
A PF, a pedido de Moraes, analisará se as declarações do empresário podem ser enquadradas, por exemplo, como apologia de crime. A PF também monitora os desdobramentos do caso.
Musk prometeu publicar decisões judiciais que determinaram o bloqueio de perfis no X, alegando que elas promovem censura, mas há ordens em sigilo. Uma eventual divulgação pode ser interpretada pelos investigadores como vazamento indevido.
A reação em série ocorreu depois de um post de Musk em que se dizia inconformado com a retirada de conteúdo e com o bloqueio de perfis investigados por ataques às urnas eletrônicas. Musk chegou a afirmar que iria remover as restrições ordenadas por Moraes. E disse que o ministro viola a legislação brasileira e profere exigências "draconianas".