Eduardo Cunha terá que devolver seis carros de luxo, determina novo juiz da Lava Jato

A frota inclui dois Porsche Cayenne e deve ser entregue em até cinco dias úteis

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, deve entregar seis carros de luxo à Justiça, segundo determinação do novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba. As informações são do jornal O Globo

A frota inclui dois Porsche Cayenne, um Ford Fusion, um Ford Edge, um Hyundai Tucson e um Passat Variant Turbo. Os automóveis, registrados em nome da empresa 'Jesus.com', devem ser entregues no prazo máximo de cinco dias úteis.

Cunha teve seu mandato cassado e foi preso em 2016 em decorrência da Lava Jato. "Revogo, por conseguinte, o respeitável despacho judicial deste Juízo Federal (nos autos de pedido de prisão preventiva de Eduardo Cunha 5052211-66.2016.4.04.7000 - decisão do evento 03 do então juiz federal Sérgio Moro) o qual havia autorizado que o acusado Eduardo Cunha (e seus familiares) ficassem na posse dos veículos de luxo", disse Appio na decisão.

Quando foi preso preventivamente em decorrência da Operação Lava Jato, o Ministério Público Federal pediu pela segunda vez a apreensão de oito veículos do então deputado cassado. Os bens somavam, na época, mais de R$ 1 milhão.

Entretanto, o juiz Sérgio Moro apenas determinou que os carros ficassem bloqueados, ou seja, mesmo não podendo ser vendidos, a frota permanecia sob posse da família Cunha.

Veículos poderiam ser produtos de crime

Os procuradores justificavam o pedido de apreensão dos veículos alegando que poderiam ser "produtos de crime".

"Vale frisar que, embora Eduardo Cunha já tenha sido objeto de busca e apreensão por ordem do Supremo Tribunal Federal, a repetição da diligência é pertinente, tendo em conta que o elemento “surpresa” da segunda busca e apreensão pode torná-la mais efetiva", diz o documento, que segue: "além disso, no presente momento, a medida visa arrecadar dinheiro em espécie e possíveis objetos adquiridos com produto do crime, como automóveis, joias, artigos de luxo".

Em junho daquele ano, o então deputado teve bens bloqueados dentro de ação de improbidade apresentada pela Operação Lava Jato.