Instalada nesta quarta-feira (26), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos ataques de 8 de janeiro pode ajudar a desvendar quem está por trás dos atos golpistas às sedes dos Três Poderes.
Esta é a aposta do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que cumpriu agenda oficial em Fortaleza, nesta quarta. O ministro esteve no Palácio da Abolição, na ocasião da cerimônia de lançamento do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci II) e entrega de viaturas para o combate à violência contra a mulher.
Para ele, a CPMI vai "atestar" o que já é de "conhecimento geral" sobre as manifestações antidemocráticas, mas também vai além. "Acho que a CPI também vai possibilitar que pessoas que, hoje, estão nas sombras sejam trazidas ao holofote, a fim de que aquilo que a Polícia Federal já sabe e o Poder Judiciário e o Ministério Público estão processando tenham, ainda, o conhecimento mais amplo", disse em entrevista coletiva.
É claro que os atos têm autores imediatos, conhecidos, identificados, ou seja, executores. Nós estamos desde janeiro, sob comando da Polícia Federal, realizando a identificação daqueles autores que não apareceram nas câmeras. Aqueles financiadores, incitadores, organizadores, núcleo político, essas pessoas têm aparecido. Polícia Federal tem tido muita eficiência, e tanto é que nós já temos mais de 1,2 mil ações criminais propostas contra essa gente
Ele ressaltou, ainda, que a comissão parlamentar é uma iniciativa do Congresso, então a soberania será respeitada. Contudo, também lembrou que a base do governo participará dos trabalhos "com o único espírito que previne a nossa atuação nessa matéria, qual seja, cumprir a Constituição e usar como escudo a verdade".
CPMI do 8 de janeiro
Inicialmente, aliados do governo não aderiram à ideia de instalar a CPMI, já que as investigações seguem por outros entes. Com a divulgação de vídeos do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no Palácio do Planalto na data das manifestações golpistas, isso mudou. Agora, a base busca emplacar um nome próprio para a presidência do colegiado.