A defesa da família investigada sob suspeita de hostilizar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirma que avalia solicitar às autoridades judiciais italianas as imagens do aeroporto de Roma.
Os advogados dizem que a medida daria mais agilidade no acesso a esse material. Além disso, a defesa diz temer não ter acesso ao material após o mesmo ser disponibilizado às autoridades brasileiras.
"É justo que ambas as partes recebam o material, em igual tempo, podendo analisá-lo na sua plenitude", diz nota do advogado de defesa Ralph Tórtima Filho.
"Já solicitamos acesso às imagens nos autos que tramitam no STF. Aguardamos uma decisão nesse sentido. É muito importante que haja respeito a chamada 'paridade de armas', permitindo que a defesa também receba, com agilidade, cópia das imagens fornecidas pela Itália", concluiu o advogado de defesa.
Conforme a defesa da família, é necessário reforçar que não houve motivação política no caso, mas uma confusão, iniciada por um assunto relacionado à entrada na sala VIP do aeroporto, com pessoas que não se sabiam ligadas ao ministro.
IMAGENS DAS CÂMERAS DE SEGURANÇA
Segundo informações do jornal O Globo, as imagens da confusão - e possível agressão contra Alexandre Barci de Moraes, filho de Alexandre de Moraes - devem ser liberadas para a Polícia Federal após manifestação do Ministério Público da Itália.
O poder Judiciário do país europeu recebeu, na última sexta-feira (21), o pedido da Autoridade Central italiana para que os arquivos possam ser utilizados na investigação da PF sobre agressões e ofensas ao magistrado.
ENTENDA O CASO
O ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, foi hostilizado, no último dia 14 de julho, no aeroporto internacional de Roma. Segundo informações, Moraes estava voltando para o Brasil após ter realizado palestra na Universidade de Siena.
Segundo a Polícia Federal, três brasileiros estão envolvidos no caso, sendo eles: o empresário Roberto Mantovani Filho, sua mulher, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta.
Em representação enviada a PF, o ministro disse que estava na área de embarque do aeroporto quando Andréia se aproximou e deu início aos xingamentos. Em seguida o empresário "passou a gritar e, chegando perto do meu filho, o empurrou e deu um tapa em seus óculos", relatou Moraes.
Na continuação do documento, o ministro disse que, momentos depois, "a esposa Andréia e Alex Zanatta, genro do casal, retornaram à entrada da sala VIP onde eu e minha família estávamos e, novamente, começaram a proferir ofensas".
Segundo o jornal O Globo, a família é suspeita de calúnia, injúria, desacato e perseguição. Além de responderem em liberdade a um inquérito por crimes contra honra e ameaça.