Das quase mil candidaturas registradas no Ceará para disputar vagas de deputado estadual ou federal, houve a distribuição de recursos financeiros para a realização da campanha de 711 concorrentes. Entre eles, há candidatos que conseguiram se eleger gastando, em média, alguns centavos por voto. Já outros, mesmo gastando valores vultosos, não foram eleitos.
Conforme levantamento realizado pelo Diário do Nordeste, com base na prestação de contas apresentada pelos candidatos à Justiça Eleitoral, o custo do voto no Ceará variou de R$ 0,08 a R$ 6,4 mil. Os valores correspondem a uma média entre os investimentos oficiais de campanha e a quantidade de eleitores que cada postulante conseguiu nas urnas.
De acordo com tais relatórios, apresentados até o último dia 1º de novembro, prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tanto o candidato cearense que mais gastou por voto quanto o que menos gastou, em média, não conseguiram garantir cadeira nem na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) nem na Câmara dos Deputados.
Econômico
Disputando a segunda eleição, o servidor público Adilson Pinho (Pros) foi o candidato cearense mais “econômico”. O postulante recebeu uma doação de R$ 150 para a campanha ao cargo de deputado federal. Nas redes sociais, o político gravou vídeos e publicou fotos com lideranças políticas, contudo, conquistou apenas 1,7 mil eleitores. Em média, ele gastou R$ 0,08 por voto.
Entre os dez candidatos que menos gastaram, incluindo candidatos a deputado federal e estadual, apenas um foi eleito: Pastor Alcides Fernandes (PL). O futuro mandatário — pai do deputado federal eleito André Fernandes (PL), líder em votos no Ceará — gastou R$ 27,5 mil e conseguiu 79,2 mil votos. Em média, o político investiu R$ 0,35 por voto.
Gastos
Na outra ponta da tabela estão políticos que receberam, proporcionalmente, mais recursos, mas não converteram em apoio nas urnas. O caso que mais se destaca é o de Dr. Giovanni Sampaio (PSD), atual vice-prefeito de Juazeiro do Norte. O político contratou serviços para a campanha na ordem de R$ 322,5 mil. Contudo, obteve apenas 50 votos. Uma média de R$ 6,4 mil por voto.
No caso dele, há uma peculiaridade, já que o político desistiu da candidatura algumas semanas após o início da campanha.
“Esses gastos foram para a contratação da gráfica, o aluguel do comitê e para o marketing, além do pagamento do advogado (...) Eu desisti porque havia combinado de apoiar Camilo Santana para o Senado (PT), mas com o rompimento entre PT e PDT, combinei com o presidente do meu partido que não faria campanha aberta para o Governo do Ceará, mas trabalharia pelo Camilo”
“Quando a campanha começou, meu partido indicou Erika Amorim para fazer oposição a Camilo na disputa pelo Senado, então eu resolvi renunciar porque, ainda que eu fosse eleito, qualquer suplente poderia reivindicar meu mandato por ter apoiado Camilo, de outro partido, e não a candidata do PSD”, explicou o vice-prefeito ao Diário do Nordeste.