Após investigações, a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu ser falso o registro de imunização contra a Covid-19 presente no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta quinta-feira (18), o órgão divulgou o resultado, constatando inconsistências na data da vacinação, considerando as viagens realizadas por Bolsonaro no mesmo período.
A apuração ocorreu depois de ser formulado, no final de 2022, um pedido de acesso à informação ao Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 (CNVC) do então Chefe do Poder Executivo, com base na Lei nº 12.527/2011 (LAI).
No processo, também foi investigada a possibilidade de envolvimento de agentes públicos federais. No entanto, em relação a eventual participação de servidor públicos federais, não foi localizada nenhuma prova.
Os resultados das investigações vão ser encaminhados às autoridades do Estado e do Município de São Paulo para as providências cabíveis serem adotadas.
Registro de imunização
Conforme os dados do sistema do Ministério da Saúde, no Cartão Nacional de Vacinação do ex-Presidente da República, Jair Bolsonaro teria recebido uma vacina contra a Covid-19 no dia 19 de julho de 2021, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo (SP).
No entanto, no mesmo período, as investigações verificaram que ele sequer estava em São Paulo. Com dados da Força Aérea Brasileira (FAB), descobriram que Bolsonaro voou de São Paulo para Brasília (DF) um dia antes, em 18 de julho de 2021, onde permaneceu até o dia 22 de julho de 2021.
Nesse cenário, a CGU atestou a impossibilidade de o registro ter sido feito através do sistema mantido pelo Ministério da Saúde, que recebe informações enviadas pelos Estados e Municípios sobre as vacinações ocorridas em postos de saúde de todo o território nacional.
Por isso, a conclusão da CGU é do registro no Cartão de Vacinação se trata de uma fraude ao sistema estadual de registro de vacinação contra o coronavírus.