As 30 prefeitas cearenses eleitas em 2020 levam o Ceará ao 8º lugar no ranking proporcional de representação feminina no Poder Executivo municipal no Brasil, mas o Estado ainda é o 11º em números absolutos. O grupo é menor que o da Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, mas maior que o do Piauí, Alagoas e Sergipe. Os dados são da pesquisa Estatísticas de Gênero Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (8).
No Ceará, a presença feminina nas prefeituras representa 16,8% do total, com 30 representantes entre 179 municípios. Na verdade, existem 184 cidades cearenses, mas o IBGE não respondeu à solicitação da reportagem sobre o motivo da diferença. Contudo, as informações coincidem com busca realizada pelo Diário do Nordeste.
Ainda sobre o ranking nacional, o Nordeste é destaque. A região lidera no quesito de representação feminina em números absolutos, com 302 prefeitas, e em proporcionais, alcançando o índice de 17%.
Já as outras porções do território brasileiro despencam bastante na análise majoritária. O Sudeste, segundo colocado, chega com menos da metade da região nordestina: 134 prefeitas. Contudo, em termos proporcionais, aparece na última posição, com 8,2%, já que o referencial é o universo de 1.633 municípios.
Sul, Norte e Centro-Oeste, por sua vez, mesclam-se. A primeira tem 106 prefeitas (9%); a segunda, 68 (15,2%); e a terceira, 53 (11,5%).
Oscilações na política no Ceará
De 2020 para cá, algumas coisas mudaram na distribuição de gênero nas prefeituras do Ceará. A prefeita de Tururu, Hilzete Malvim (PSB), foi cassada, enquanto a de Granja, Juliana Aldigueri (PDT), renunciou. A lacuna foi preenchida por homens, seus então vice-prefeitos: Dr. Bernardo (PSB) e Aníbal Filho (PT), respectivamente.
Em contrapartida, algumas vice-prefeitas ascenderam ao comando dos municípios com o afastamento dos companheiros de chapa por motivos de saúde, pessoais ou por determinação da Justiça. Atualmente, Ana Patrícia (Republicanos), de Acopiara, e Dilmara Amaral (Republicanos), de Limoeiro do Norte, estão nessa situação.
Há, ainda, o caso de Emanuelle Martins (PSB), eleita vice na chapa com Otoni Queiroz (PDT), que não chegou a tomar posse. Ele foi acometido pela Covid-19 e piorou de saúde no fim de 2020. A tragédia que se confirmou em janeiro de 2021 levou a gestora a assumir o comando do município já no dia 1º daquele mês.
De toda forma, essas movimentações são pequenas se observado o universo da política cearense. No todo, ainda assim é possível indicar um cenário de sub representação. Essas dinâmicas são latentes, por exemplo, em casos em que vice-prefeitas são alocadas em chapas majoritárias com o objetivo de unir grupos políticos e aumentar a adesão do eleitorado feminino, mas acabam com funções esvaziadas ao longo do mandato.
Algumas já chegaram a expor suas queixas publicamente, como a própria Dilmara, além de Lígia Protásio (PT), de Santa Quitéria; de Karine Aquino (PSB), de Alto Santo; e outras.
Prefeitas eleitas em 2020 no Ceará
- Ana Flávia: Acaraú
- Iris Maria: Apuiarés
- Dra Auxiliadora: Barreira
- Michele Queiroz: Beberibe
- Gislaine Landim: Brejo Santo
- Betinha: Camocim
- Rozário Ximenes: Canindé
- Simone Tavares: Caridade
- Ravenna: Catunda
- Iraldice Mão Cheirosa: Graça
- Juliana Aldigueri: Granja (renunciou em 2023)
- Izabella Fernandes: Guaiúba
- Roberlândia Ferreira: Guaramiranga
- Iris Martins: Hidrolândia
- Elíria Queiroz: Ibaretama
- Laís Nunes: Icó
- Patrícia Barreto: Irauçuba
- Dra. Gorete: Itapajé
- Monica Mariano: Jati
- Sônia Costa: Madalena
- Aline Albuquerque: Massapê
- Giordanna Mano: Nova Russas
- Amalia Pereira: Ocara
- Ariana Aquino: Paraipaba
- Telvânia Braz: Paramoti
- Dra. Lívia: Pires Ferreira
- Dra Priscilla Barreto: Quiterianópolis
- Ana Vladia: Solonópole
- Patricia Aguiar: Tauá
- Hilzete Marim: Tururu (cassada em 2022)