Camilo Santana (PT), ministro da Educação, foi convidado para ir à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal prestar esclarecimentos sobre a "politização das provas do Enem de 2023, em especial sobre a discriminação do setor agropecuário, com destaque da região Centro-Oeste e seus habitantes". Ainda não há data definida de quando a audiência pública irá ocorrer. O pedido foi requerido pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), nesta quarta-feira (8).
Heinze afirmou ser contrário à discriminação do agronegócio nacional, reiterou que o setor representa uma grande quantia do Produto Interno Bruto (PIB) e comentou sobre a geração do setor em "quase 50% dos empregos" do Brasil.
"Praticamente um terço do PIB do Brasil vem desse segmento. O agronegócio cresce no norte do país e em todas as regiões. E a forma como as questões [do Enem] foram abordadas em relação à soja, ao indígena, ao desmatamento e ao derrame [de agrotóxicos] é prejudicial ao agro brasileiro. Tem que haver respeito a um setor extremamente importante. Se nós somos hoje o maior exportados de soja, suco de laranja, açúcar, cana, boi e frango do mundo, não foi à toa, e o mérito é de quem fez isso", afirmou Heinze.
Senadora pelo Ceará, Augusta Brito (PT) relatou que entendia a satisfação do colega parlamentar, contudo, pediu que a convocação fosse transformada em convite. Segundo Augusta, Camilo não está "em nenhum momento está se opondo em comparecer à comissão".
A sugestão foi acatada por Heinze. Augusta mencionou ainda que há, desde 2012, um banco de dados onde são incluídas questões que podem vir a fazer das provas do Enem.
Sérgio Moro (União-PR) alegou que o "direcionamento ideológico em pelo menos três questões do Enem” e reiterou que a comissão está “atenta a esses ataques ao agronegócio". O senador também pede que Manuel Palácios, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza o Enem, também seja ouvido.