O presidente Jair Bolsonaro argumentou, nesta sexta-feira (29), que não teve a intenção de "peitar o Supremo" ao conceder indulto ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O parlamentar foi condenado pela Corte a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado.
Segundo Bolsonaro, a intenção teria sido desfazer uma "injustiça". "Houve um excesso. Caberia a mim, e só a mim e mais ninguém aqui no Brasil, desfazer essa injustiça. Não quero peitar o Supremo, dizer que sou mais importante, tenho mais coragem que eles, longe disso", declarou o presidente em entrevista à rádio Metrópole, de Cuiabá (MT).
Aliado de Bolsonaro e dos filhos do presidente, Daniel Silveira foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de coação no curso do processo, incitação à animosidade entre as Forças Armadas e o Supremo Tribunal Federal e tentativa de impedir o livre exercício dos poderes da União.
O presidente da República ainda afirmou que utilizou o moderador que possui e a prerrogativa constitucional de conceder indulto a condenados.
Defesa de ministro
Bolsonaro também utilizou a mesma entrevista para defender o ministro André Mendonça. Ele foi criticado pelos apoiadores do governo por ter votado pela condenação de Silveira.
"Ele foi criticado, bastante criticado, o voto dele. Mas aos poucos o pessoal vai entendendo o que realmente aconteceu naquela sessão. Pode ter certeza, o André Mendonça é uma pessoa de princípios, uma pessoa religiosa, família, conservador", pontuou.