Recém-empossada secretária da Articulação Política do Ceará, Augusta Brito (PT) assume o desafio de imprimir seu modelo de diálogo na função e inspirar outras mulheres a compor esferas mais decisivas do poder. Em entrevista à live PontoPoder nesta quinta-feira (23), ela comentou sobre o novo momento e os planos eleitorais do futuro.
Questionada se teria recebido novos convites nesse sentido, considerando os pleitos deste ano e de 2026, a secretária não deu caminhos concretos, mas afirmou que pretende continuar buscando mandatos eletivos.
“Eu acho que é muito importante ter mulher com mandato, não só porque é mulher. Eu acho que não posso me dar ainda oportunidade de não estar com mandato dentro da política para que outras mulheres percebam que podem estar dentro da política com mandatos eletivos, a força é diferente”, avaliou.
“Quero incentivar as mulheres a serem candidatas, a realmente participarem do processo eleitoral, de decisões dos bastidores políticos. Uma coisa é estar no dia a dia da vida pública, outra é verdadeiramente participar dos bastidores. Na política, praticamente tudo acontece nos bastidores. Essa conquista para uma mulher é muito mais pesada que estar num palanque e fazer um discurso. É muito mais desafiador e mais doloroso também porque não é comum”, relatou.
Auxiliar do governo
Augusta Brito assumiu a função no começo de abril, após Waldemir Catanho (PT) deixar a pasta para iniciar a pré-campanha à Prefeitura de Caucaia. Antes disso, ocupava uma cadeira no Senado Federal e compunha a articulação política do Planalto como vice-líder do Governo. Ela ainda comentou sobre as atividades da pasta que, pela primeira vez, tem uma mulher à frente dos trabalhos.
“Estou dando continuidade ao que o Catanho vinha fazendo, mas cada um tem o seu jeito, sua cara, seu perfil. Não que tivesse errado, tudo continua, mas eu tive que botar meu jeito, até porque não sei fazer diferente”, disse.
“Boto meu jeito, minha intensidade, tento fazer o máximo. Nunca gostei de ser vítima, e nem sou, mas quando nós mulheres ocupamos algum cargo e este, de certa forma, é uma vitrine, nós temos que fazer cinco vezes mais que um homem, se tiver nesse mesmo cargo, até para que a gente possa ter não só a visibilidade, mas também o respeito pela sua competência de estar ali e de compreender que você está ali porque pode ocupar aquele espaço e tem competência para fazer”, completou.