Após uma queda de braço com vereadores que resultou na suspensão de serviços essenciais à população por cinco dias, a Câmara Municipal de Aquiraz aprovou nesta quarta-feira (17) a abertura de crédito suplementar na Prefeitura para bancar a coleta de lixo, transporte público gratuito e troca de lâmpadas.
O impasse iniciou há uma semana, quando o prefeito Bruno Gonçalves (PL) anunciou que os serviços seriam suspensos, uma vez que os parlamentares de oposição na Casa não votaram o pedido de suplementação orçamentária enviado pelo Executivo.
Em contrapartida, o vereador Jair Silva (PP), que é presidente da Câmara e faz parte da oposição, argumentou em seguida que esses parlamentares aprovariam o pedido desde que a Prefeitura enviasse o detalhamento das despesas do orçamento de 2022.
A oposição argumentou que o Governo Municipal teria esgotado o orçamento previsto para 12 meses ainda na metade do ano.
O documento requisitados pelo Parlamento, no entanto, foi enviado para apreciação dos vereadores e, em sessão extraordinária nesta quarta-feira, a dotação orçamentária foi aprovada, possibilitando a o pagamento às empresas prestadoras de serviço.
"Quero agradecer a toda população de Aquiraz por ter ficado do nosso lado, pelas mensagens de carinho e apoio. Tem sido difícil pra mim nesses últimos dias. Lutei muito para manter essa cidade limpa", disse o prefeito em um vídeo publicado nas redes sociais. Ele também agradeceu aos vereadores.
Bruno Gonçalves disse ainda que "não vale a pena esse embate, essa discussão, essa implicância [...] essa lição tem que ser aprendida pelos vereadores e por mim".
O presidente Jair Silva, por sua vez, disse lamentar "profundamente o transtorno que a população passou em uma decisão equivocada da Prefeitura de suspender os serviços sem existir adimplência com as empresas".
Mesmo impasse em Ipueiras
No sábado (13), a Prefeitura de Ipueiras anunciou à população a suspensão de serviços públicos por não haver limite de crédito legais para a gestão cumprir com as obrigações.
Entre as suspensões estão a coleta de lixo, transporte escolar, realização de cirurgias e exames, troca de lâmpadas, obras de pavimentação e todos os serviços que dependem do uso de combustível.
O prefeito Junior do Titico (MDB) argumentou que a prefeitura está saudável financeiramente, com cerca de R$ 25 milhões nos cofres, mas que não pode gastar por conta da falta de limite de crédito financeiro previsto no orçamento vigente.
A prefeitura promete acionar o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) para denunciar a situação enfrentada pelo Município.