Alexandre de Moraes retirou o sigilo da decisão que autorizou buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (3) para investigar denúncias de que ele fraudou cartões de vacina. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) indicou no documento que é "plausível" que o ex-chefe do Executivo Nacional tenha inserido dados falsos sobre vacinas.
"[...] é plausível, lógica e robusta a linha investigativa sobre a possibilidade de o ex-Presidente da República, de maneira velada e mediante inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, buscar para si e para terceiros eventuais vantagens advindas da efetiva imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas Eleições Gerais de 2022", diz o documento. As informações são do g1.
Segundo Moraes, é possível que tenha sido formada "organização criminosa" para adulterar os dados vacinais. Os indícios de crime, para o ministro, são "relevantes".
São absolutamente relevantes os indícios da ocorrência efetiva dos crimes, especialmente no contexto agora noticiado de inserção de dados falsos em sistema de informações , o que indicaria, nos termos dos indícios já colhidos, a efetiva existência de uma organização criminosa articulada, com divisão de tarefas e de múltiplos objetivos, tanto no âmbito particular dos investigados, como em aspectos relacionados ao interesse público, em detrimento da credibilidade interna e externa do exemplar controle de vacinação nacional em pleno período pandêmico
Jair Bolsonaro deve prestar depoimento "em breve" à Polícia Federal (PF) sobre a acusação de fraude em cartão de vacina. A informação foi divulgada em entrevista coletiva pelo advogado e assessor Fábio Wajngarten, nesta quarta-feira (3).
Busca e apreensão
A PF apreendeu o celular de Bolsonaro nesta quarta e cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do capitão reformado.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) foi às redes sociais dizer que não teve o celular apreendido no mandado de busca e apreensão em sua casa, em Brasília: "Apenas o celular do meu marido foi apreendido".
Conforme a PF, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso no âmbito da força-tarefa.
Segundo o órgão, a inclusão dos dados falsos no sistema do Governo Federal aconteceu entre novembro de 2021 e em dezembro de 2022.