Veja o perfil dos seis ministros empossados por Jair Bolsonaro nesta terça-feira (6)

Apesar da reforma ministerial, quatro deles já faziam parte do Governo Federal. Um dos nomes aproxima Bolsonaro do Centrão

Após trocas anunciadas pela gestão Bolsonaro na semana passada, seis novos ministros tomaram posse em cerimônia fechada nesta terça-feira (6). Quatro deles já faziam parte do Governo, em outras funções. Na nova lista de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também está uma parlamentar, agora ministra, que reforça a aproximação do Palácio do Planalto com o Centrão.

As mudanças já haviam sido oficializadas pelo Governo, com publicação no Diário Oficial da União. A solenidade de posse foi transmitida pelo Planalto. 

A reforma ministerial teve início no último dia 29 com a demissão de Ernesto Araújo da chefia das Relações Exteriores, após pressão do Congresso e uma série de crises diplomáticas instauradas dentro e fora do contexto da pandemia de Covid-19.

Fernando Azevedo e Silva foi o segundo atingido pela canetada, perdendo o cargo de ministro da Defesa no dia seguinte. A ação foi seguida pela renúncia de Edson Pujol, Ilques Barbosa Junior e Antonio Carlos Moretti Bermudez dos comandos do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, respectivamente.

Além disso, houve troca nas pastas de Segurança Pública, da Casa Civil e da Secretaria de Governo, além da Advocacia-Geral da União (AGU).

Quase duas semanas antes da reforma, outro ministro de Bolsonaro caiu: Eduardo Pazuello pediu demissão da Saúde após gestão desastrosa da pandemia. No seu lugar, assumiu Marcelo Queiroga.

Veja o perfil dos novos ministros

Relações Exteriores

Com a saída de Ernesto Araújo do Itamaraty, assume o cargo o embaixador Carlos Alberto Franco França, que estava na chefia da assessoria especial da Presidência.

Ele é formado em Direito e entrou na carreira diplomática no ano de 1991, mas nunca foi embaixador nem assumiu altos cargos na Pasta. Apesar disso, já assumiu postos diplomáticos na Bolívia e no Paraguai.

Defesa

Passa a comandar o Ministério da Defesa no lugar de Fernando Azevedo e Silva o general Walter Braga Netto, antes chefe da Casa Civil.

Seu nome ganhou repercussão no noticiário nacional durante a intervenção militar no Rio de Janeiro, em 2018, durante o Governo Temer, da qual foi chefe.

Segurança Pública 

Para cobrir a saída de André Mendonça para a AGU, o delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres assume o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Crítico do ex-chefe do órgão Sérgio Moro e próximo da família Bolsonaro, Anderson já chegou a ser cotado algumas vezes para o comando da corporação e da própria Pasta, que chega agora ao seu terceiro ministro.

Já foi servidor da Câmara dos Deputados e chefe de gabinete do então deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), quando se aproximou da chamada “bancada da bala”.

Casa Civil

Luiz Eduardo Ramos, até então responsável pela Secretaria de Governo (Segov), substitui Walter Braga Netto na Casa Civil.

General quatro estrelas da reserva, é amigo pessoal de Bolsonaro e está no primeiro escalão do Governo desde 2019, primeiro ano de gestão do atual presidente. 

Secretaria de Governo

A nova articuladora entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional é a deputada Flávia Arruda (PL-DF), que assume a Secretaria de Governo. A sua indicação reforça a participação do Centrão na gestão.

Flávia é autora de uma lei que autoriza estados e municípios a resgatarem R$ 1,5 bilhão do Fundo Nacional da Assistência Social para aplicação em ações de assistência. Ela é também esposa do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, preso por envolvimento no mensalão do DEM. 

Advocacia-Geral da União

André Mendonça volta à Advocacia-Geral da União (AGU) após quase um ano como ministro da Justiça e Segurança Pública no Governo Bolsonaro.

O seu nome já chegou a ser ventilado no Planalto como um forte candidato ao Supremo Tribunal Federal (STF) por atender ao requisito do presidente de ser "terrivelmente evangélico”. A sua primeira indicação à AGU, inclusive, ocorreu no início da gestão.