Senado busca saídas para tentar ampliar o auxílio emergencial

Senadores querem ampliar o benefício ao trabalhador durante a pandemia da Covid-19 e estão discutindo sugerir fontes de recursos. O Governo Federal ainda define valores para apresentar proposta ao Congresso Nacional

Na esteira da prorrogação do auxílio emergencial que será feita pelo Governo Federal, senadores tentam emplacar propostas que beneficiam diferentes categorias e faixas etárias durante a pandemia da Covid-19 no País.

A ideia dos congressistas é que, assim que o governo encaminhar a proposta de prorrogação, itens dos projetos já protocolados na Casa possam ser incorporados ao projeto governista que será levado à votação entre os parlamentares da Câmara e Senado.

A expectativa é que o governo encaminhe na próxima semana uma Medida Provisória com a prorrogação do auxílio até dezembro. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não garantiu que o valor do benefício, criado durante a pandemia do novo coronavírus, vai permanecer de R$ 600. O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende R$ 200.

Propostas

Diante do impasse, interlocutores do governo dizem acreditar que o valor proposto pela MP será de R$ 300. No Senado, já há pelo menos 10 propostas protocoladas que buscam garantir renda mínima à população na pandemia. Uma delas, da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), prevê renda mensal de R$ 800 para famílias vulneráveis com crianças de até 6 anos de idade.

O recurso sairia de uma taxação de grandes fortunas, que ainda precisa ser discutida. Pela proposta, o valor será pago integralmente nos 3 primeiros anos de vida da criança e com reduções progressivas de R$ 100 nos anos subsequentes, até a criança completar 7 anos. Cada família poderá receber até três cotas.

A ideia é que se crie, ou modifique, três formas de tributações, mas, como tem se revelado historicamente, essa discussão não promete ser fácil, pois precisa de consenso na Câmara e Senado.

Na mesma linha, o líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), defende que seja instituída uma mudança da renda básica da cidadania, e não só o pagamento de um auxílio em período de calamidade, como ocorre atualmente.

A proposta é para que o benefício seja estendido aos inscritos no Bolsa Família e no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), estendendo a eles uma suplementação de, no mínimo, R$ 300 mensais por pessoa, por seis meses prorrogáveis, enquanto durar a pandemia.

Governo

Enquanto a equipe econômica discute a ampliação do auxílio emergencial, o presidente Jair Bolsonaro promove amanhã (24) o evento “Encontro Brasil vencendo a Covid-19”, no Palácio do Planalto. O ato ocorre diante da marca alcançada no Brasil de mais de 100 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Bolsonaro e ao menos oito ministros de seu governo já foram infectados. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também contraiu o vírus. Tanto o presidente quanto a primeira-dama e os ministros não tiveram quadros graves da doença e já se recuperaram.

Bolsonaro é um crítico das medidas de isolamento social e, na última quarta-feira (19), contestou a eficácia do uso de máscaras de proteção facial, apesar de ir na contramão do que dizem autoridades sanitárias de diversos países e das recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde).

O presidente chegou a vetar trecho de uma lei que tornava obrigatório o uso de máscaras em escolas, comércios, indústria e igrejas. O veto foi derrubado pelo Congresso Nacional e o uso da máscara voltou a ser obrigatório nesses estabelecimentos.