O ex-governador e ex-juiz federal do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que teve os direitos políticos suspensos pelos próximos cinco anos após sofrer impeachment, presta depoimento nesta quarta-feira (16) à CPI da Covid no Senado.
Witzel entrou oficialmente na política em março de 2018, e ficou coadjuvante no cenário até duas semanas antes do pleito daquele ano.
Ao ganhar apoio do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no entanto, decolou nas pesquisas e obteve maior popularidade frente ao então prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM).
Rompimento
Iniciou o mandato com uma bandeira de enfrentamento à corrupção e insistentes discursos contra o crime, chegando a defender “um tiro na cabecinha” de traficantes armados.
Também assumiu o governo alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, mas rompeu com o chefe do Palácio do Planalto meses depois. De amigos a rivais políticos, eles passaram a trocar diversas acusações, entre elas a de que Witzel tinha ambição de sucedê-lo no governo federal, segundo Bolsonaro.
Corrupção
Em agosto de 2020, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento imediato de Wilson Witzel por desvios e irregularidades na saúde após denúncia do Ministério Público Federal (MPF).
Uma das formas de desvio acontecia no escritório de advocacia da primeira-dama Helena Witzel, que intermediava o pagamento de propina para o governador. Mesmo sem funcionários, a unidade recebeu R$ 554 mil suspeitos de ser propina entre 13 de agosto de 2019 e 19 de maio de 2020.
No mês seguinte, em setembro do ano passado, o MPF fez uma segunda denúncia o acusando de contratar pelo menos cinco Organizações Sociais (OSs) para alimentar a "caixinha da propina", que teria desviado R$ 50 milhões em seis meses.
Impeachment
Já no último dia 30 de abril, Witzel perdeu em definitivo o cargo de governador do RJ ao ter aprovado o impeachment de forma unânime pelo Tribunal Especial Misto. Os julgadores o consideraram culpado por crime de responsabilidade na gestão de contratos da Saúde.