A cientista Natalia Pasternak Taschner é ouvida no plenário da CPI da Covid nesta sexta-feira (11). A presença da pesquisadora foi solicitada pelos senadores para que ela ajude a esclarecer qual a melhor forma de enfrentar à pandemia de Covid-19.
O convite de Pasternak atende a requerimentos aprovados dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE) e Marcos do Val (Podemos-ES).
Currículo
A cientista é formada em ciências biológicas pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), e possui PhD com pós-doutorado em microbiologia na área de genética molecular de bactérias pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB-USP).
A microbiologista é a diretor-presidente do Instituto Questão de Ciência - associação sem fins lucrativos voltada para a defesa do uso de evidência científica nas políticas públicas. A instituição brasileira é a primeira voltada para a promoção de pensamento crítico e políticas públicas baseadas em evidências científicas.
Natalia Pasternak também integra o time de colunista do jornal O Globo, além de escrever para as revistas The Skeptic, do Reino Unido, e Veja Saúde. Ela ainda é autora do livro Ciência no Cotidiano e responsável pela revista Questão de Ciência.
A cientista é pesquisadora visitante do ICB-USP no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas (LDV) e professora convidada na Fundação Getulio Vargas na área de administração pública. Em 2020, ela passou a integrar os membros do Committee for Skeptical Inquiry, dos Estados Unidos.
Natalia Pasternak foi contemplada com o prêmio internacional de promoção do ceticismo The Ockham Award (Navalha de Ockham) e ainda dirigiu em território brasileiro o festival internacional de divulgação científica Pint of Science — "Um Brinde à Ciência", coordenando palestras em 85 cidades.
Ciência nas redes sociais
A convite da Organização das Nações Unidas, Natalia Pasternak integra voluntariamente a Equipe Halo — grupo de cientistas que promove esclarecimentos sobre as vacinas desenvolvidas contra a Covid-19 nas redes sociais. A inciativa é uma parceria entre a ONU e a The Vaccine Confidence Project at the University of London’s School of Hygiene and Tropical Medicine.
O nome 'Halo', como explica o site oficial, significa 'auréola' em português e representa o anel da ciência que circunda o globo.
Na plataforma de vídeos, a microbiologista tira dúvidas frequentes sobre os imunizantes que protegem contra o coronavírus. Com uma linguagem simples e acessível aos leigos, Natalia Pasternak aborda temas como eficácia de vacinas e influência das mutações do novo coronavírus nos imunizantes.
Vida pessoal
Natalia Pasternak não compartilha muitos detalhes sobre a vida pessoal. Nas redes sociais, a pesquisadora gosta de exaltar e divulgar os artigos que escreve, além das participações em telejornais como especialista.
Em novembro de 2020, a microbiologista parabenizou o então companheiro, o jornalista científico Carlos Orsi, pelo primeiro ano do "não-casamento" dos dois. "Um ano do nosso 'não-casamento'! E de uma parceria incrível...", escreveu ela na postagem.
Não há informações se os dois ainda continuam juntos.
Além das conquistas profissionais, Natalia Pasternak também compartilha com os mais de 65 mil seguidores no Instagram a rotina das suas duas gatas. Os animais pretos de olhos verdes são usados como personagens cômicos nas redes sociais da cientista.
Fake news
Em fevereiro deste ano, Natalia Pasternak foi alvo de difamação em um vídeo que circulou entre os usuários do aplicativo WhatsApp. A gravação apontava a pesquisadora como uma pessoa contrária aos testes capazes de identificar pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
O conteúdo ainda acusava a microbiologista de ser uma "falsa bióloga", já que não teria registro no Conselho Federal de Biologia (CFBio). No entanto, as informações eram falsas ou distorcidas.
Em uma entrevista ao programa Roda Viva, Natalia Pasternak chamou a atenção para uso de teste rápidos vendidos em farmácias.
“É grave a gente não ter os testes de RT-PCR disponíveis, principalmente para profissionais de saúde na rede pública, porque esse é o teste que a gente faz diagnóstico. A gente não faz diagnóstico com sorologia, com teste rápido”, disse.
A pesquisadora ainda completou reforçando que o RT-PCR é o único exame que pode apontar com certeza se a pessoa está infectada.
Já em relação ao registro no CFBio, a cientista optou por não realizar o registro, como explicou, à agência Lupa, a assessoria de imprensa do instituto Questão de Ciência. “Não há tal exigência [registro no CFBio] para a realização dos relevantes trabalhos que desenvolve”, disse.