Prefeitos cobram solução para resgate de receitas

Com os cofres vazios, gestores municipais demonstraram preocupação com o futuro da Previdência. Em repercussão à palestra do secretário do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (Seplag), Mauro Filho, que teve como tema "A reforma da Previdência: Desafios e impactos dos entes federados", prefeitos cobraram uma solução para cenário nada animador na economia nacional.

Embora o município não tenha sistema próprio de Previdência, o prefeito de Guaiuba, Marcelo Fradique (PL), defende uma reforma no atual sistema de aposentadoria como fórmula para aumentar a arrecadação e, consequentemente, a distribuição aos municípios.

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"Quando a gente escuta que 55% da receita da União vão para pagamento de pensões e aposentadorias, o que está sobrando? Hoje, a reforma da Previdência é urgentíssima. A gente precisa de um norte porque o que se vê é dificuldade para se governar, investir na Educação, Saúde, Saneamento", cobrou o gestor municipal.

O fundo previdenciário de São Gonçalo do Amarante, segundo o prefeito Cláudio Pinto (PDT), é superavitário. A tranquilidade, no entanto, perde espaço para o alerta dos próximos anos. "O nosso Instituto ainda é superavitário, mas estamos aguardando a realidade do Brasil. Não podemos fugir à regra e vamos aguardar o que vem dessa reforma da Previdência para aplicar dentro do instituto", adiantou.

Já o prefeito Sérgio Rufino (PCdoB) conta que o sistema previdenciário de Ipu não tem déficit, mas mostra preocupação para o futuro. "A questão é saber se os estados e municípios vão fazer parte integral da reforma em nível nacional. As mesmas deliberações do Congresso vão servir para o município", disse.

Rufino ressalta ainda que a possível aprovação na queda de quem recebe Benefício de Prestação Continuada (BPC) pode prejudicar a economia do município. Boa parte dos moradores movimenta a economia com benefícios e aposentadorias. "Caso isso passe, as receitas vão diminuir consideravelmente, e isso é um impacto na distribuição de renda", questiona o prefeito.