Paulo César Norões: Educação deverá ter novo comandante

Se havia alguma dúvida de que os dias de Ricardo Vélez Rodriguez como ministro da Educação estavam contados, essa se dissipou nas palavras do próprio chefe dele, Jair Bolsonaro: "Ele é bacana e honesto, mas está faltando gestão, que é coisa importantíssima". Reunidos com jornalistas, no Planalto, o presidente reconheceu algo que já se comenta há semanas por membros graduados do próprio Governo. Comenta-se, alias, que a demissão iria acontecer há 10 dias e só foi abortada porque vazou e a jornalista Eliane Catanhêde antecipou na GloboNews. O fato é que a passagem de Vélez pela Educação so trouxe problemas. O ministro pareceu mais preocupado em adular o chefe com ideias esdrúxulas, como mandar diretores de escolas públicas gravarem vídeos dos alunos cantando o Hino Nacional e declamando o "Brasil acima de tudo e Deus acima de todos" - slogan de campanha de Bolsonaro à presidência -, do que buscar soluções para os graves problemas da educação no país. Não é agradável para um presidente ter que mexer num ministério tão importante com tão pouco tempo de governo. Configura-se, por outro lado, em uma boa oportunidade para corrigir um erro e convocar para a missão alguém realmente preparado. Fará bem Bolsonaro se, dessa vez, escolher alguém com perfil técnico. A Educação não pode ficar refém de disputas ideológicas. Algo, aliás, que o próprio presidente criticava - com razão - no governo anterior.

Sem arrependimento

Ainda no encontro com jornalistas, um momento leve. Bolsonaro admitiu que "de vez em quando dou umas caneladas", se referindo a declarações polêmicas. Perguntado se se arrependia, respondeu: "Olha, não posso me arrepender de ter feito xixi na calça quando tinha cinco anos. Saiu e pronto, não tem mais jeito", ironizou.

Nordeste

Importantes encaminhamentos foram tirados da audiência pública desta sexta na Assembleia, pela Frente Parlamentar Nacional em Defesa do Nordeste: serão procurados as presidentes do Senado e da Câmara e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e toda a bancada nordestina no Congresso. Ao menos três pedetistas do Ceará mostraram-se entusiasmados com as reivindicações a serem feitas: os deputados estaduais José Sarto, Guilherme Landim e Sérgio Aguiar.

Nordeste 2

Representantes de seis dos nove estados do Nordeste marcaram presença no encontro. Destaque-se sete deputados federais do Ceará. A lamentar apenas a ausência dos senadores nordestinos. A cobrança foi feita, principalmente, aos três do Ceará. Foi consenso de que só a união vai conseguir o fortalecimento do Nordeste, notadamente em relação ao BNB, Dnocs, Sudene e Codevasf, sendo que os três últimos foram esvaziadas nas últimas décadas.

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A fala mais aguardada era do deputado federal Heitor Freire, do PSL, o partido do presidente Bolsonaro. Ele confessou que houve, realmente, a intenção de se fundir o BNB com o BNDES, mas garantiu que esta hipótese está descartada e se comprometeu a entrar na luta pelo fortalecimento regional. Aliás, o parlamentar chegou ao auditório vaiado, porém, saiu aplaudido. Daniel Oliveira declamou "Cabra da Peste", de Patativa do Assaré, e foi aplaudido.