Com dificuldades para articular apoio à reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) convocou, neste domingo, às pressas o líder do Governo na Câmara dos Deputados, major Vítor Hugo (PSL-GO), para discutir a construção de uma base para a votação da matéria. O encontro não estava na agenda.
"Tratamos sobre articulação política, sobre a próxima semana, como retomar os trabalhos para a aprovação da Previdência, votos na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), o trabalho do Felipe Francischini (presidente da CCJ) e de Onyx (ministro da Casa Civil)", disse o líder após a reunião.
O encontro ocorreu ao fim de uma semana tensa entre Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), responsável por pautar a matéria na Casa. A troca de farpas públicas explicitou as dificuldades na articulação em torno do apoio à reforma patrocinada pelo Palácio do Planalto. Maia cobra do Governo Federal empenho nas tratativas de bastidores para conseguir apoio partidário.
Segundo o deputado, na reunião ambos não trataram sobre os desentendimentos entre Bolsonaro e Maia nos últimos dias. No entanto, o líder do Governo falou em aproximação entre os dois. "A semana passada foi muito tensa e agora a gente vai caminhar para uma aproximação", afirmou o líder.
No mesmo dia da reunião de construção da base, a líder do Governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), procurou minimizar a crise entre os partidos da base e apagou mensagem do Twitter que ironizava a mudança de nome do PPS, que é uma das poucas legendas que defendem a reforma da Previdência. "O partido popular socialista - PPS - vai ganhar novo nome: Cidadania. O PPS foi escolhido para ser o ninho dos movimentos Agora e Renova-BR. O partido ainda consta como membro do Foro de São Paulo, no site da organização", havia publicado.
O líder do Cidadania na Câmara, deputado Daniel Coelho (PE), criticou a postura da deputada nas redes sociais em vídeo publicado no Twitter.
Ao Diário do Nordeste, Coelho afirmou que a parlamentar ligou e pediu desculpas pelo desentendimento. "Espero que o Governo tenha foco. As redes sociais têm atrapalhado o Governo, tem causado desnecessários atritos. E eu tenho falado isso publicamente", disse à reportagem.