Após o Governo de São Paulo cogitar negociar vacinas da CoronaVac produzidas pelo Instituto Butantan com países vizinhos, caso o Ministério da Saúde não feche a aquisição de outras 54 milhões doses previstas em adendo de contrato; o presidente do Consórcio Nordeste e coordenador do tema da vacina no Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias (PT-PI), disse que os chefes dos Executivos Estaduais irão comprar os imunizantes se for necessário.
"Essa vacina, nós vamos querer para o Brasil. Em primeiro lugar, queremos a compra pelo Ministério (da Saúde). Não sendo possível pelo Ministério da Saúde, a compra será através dos estados", afirmou Dias, que também é governador do Piauí, após ligar para vários chefes do Executivo do Brasil para tratar sobre o assunto.
No entanto, ele não deu detalhes sobre a possibilidade da compra, como prazos para se reunir com o Butantan e quanto devem custar os 54 milhões de doses da CoronaVac.
Na tarde desta quinta-feira (28), o governador João Doria publicou em rede social que, determinou que o Butantan forneça as doses adicionais da CoronaVac "prioritariamente aos estados e municípios do Brasil". O País tem pressa em salvar vidas. E nós em vacinarmos os brasileiros", escreveu.
Cobrança por vacina no Ceará
Nesta quinta-feira (28), o deputado estadual cearense Heitor Férrer (SD) repercutiu a polêmica. Ele solicitou ao governador Camilo Santana (PT) que garanta as vacinas para o Ceará diante dos impasses.
Ainda na noite desta quinta, o governador Camilo Santana informou que voltou a manifestar interesse em adquirir mais doses da vacina ao Instituto Butantan. A declaração foi dada via rede social.
"O Governador de São Paulo ameaçar exportar 50 milhões de doses da CoronaVac se o Ministério da Saúde não se pronunciar sobre a compra. Agora ele (João Doria) diz que, se os governadores quiserem, ele vende aos estados. Portanto, Camilo Santana, não deixe de comprar essas doses para o Ceará”, pede, em vídeo nas redes sociais.
Polêmica com Ministério da Saúde
A polêmica sobre os 54 milhões de doses da CoronaVac a serem produzidas pelo Butantan começou na quarta-feira (27), após o diretor do Instituto, Dimas Covas, informar que aguarda até final desta semana uma resposta do Ministério da Saúde sobre a aquisição dos imunizantes, tendo em vista que também negocia com países vizinhos. Nesta quinta, inclusive, ele reforçou a cobrança e disse que poderia pactuar os imunobiológicos com os estados.
A Pasta assinou um contrato com o Instituto para que inicialmente fossem produzidas 46 milhões de doses para o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 até abril. No entanto, o acordo permite um adicional de 54 milhões de doses para totalizar 100 milhões a serem entregues neste ano.
Contágio no Carnaval
Wellington Dias destacou, ainda, que os governadores do Nordeste estão adotando medidas para frear o contágio do novo coronavírus no período de Carnaval.
"Invariavelmente, em diferentes regiões de saúde de cada estados, tivemos crescimento na transmissibilidade, ocupação de leitos. Então, nós já suspendemos o ponto facultativo nesse feriado, estamos com barreiras em aeroportos", frisou o governador.