Uma confusão envolvendo o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Inácio Arruda, além de sua esposa e três filhos, culminou em agressões e acusações no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), na tarde deste domingo. O ex-senador, aliás, acabou indo com suas filhas prestar esclarecimentos na sede da Polícia Federal (PF), onde apareceu com a camisa rasgada e manchas de sangue. Ele teria sigo esganado por um policial.
Conforme uma das filhas de Inácio, Clara Monte Arruda, tudo começou quando os policias que acompanhavam a sessão eleitoral no IFCE receberam uma denúncia de que cinco mulheres de shorts estariam fazendo boca de urna no local. Os agentes teriam, então, abordado a outra filha de Inácio, Nara Arruda, pedindo que a mesma mostrasse o que tinha na sua bolsa. “Minha irmã nem estava de shorts, mas de saia. Ela se recusou a abrir a bolsa porque não era obrigada a mostrar os pertences. Depois de algum tempo, eles passaram a tentar tirar a bolsa dela”, ressaltou Clara.
Ainda segundo a filha de Inácio, os agentes chamaram mais viaturas para o local. Quando o reforço chegou, um policial com patente superior aos demais teria agredido a mulher de Inácio, Teresina Braga Monte, e Nara Arruda. “O sargento já chegou bastante agressivo. Eles usaram de violência para tentar tirar a bolsa da minha mãe, que é uma senhora de 61 anos. Neste momento, meu pai chegou e foi empurrado”, destaca Clara Arruda. “Agiram com agressão e abuso de poder. Não fizemos nada, apenas tínhamos adesivos expostos na camisa, o que é permitido no dias das eleições”, diz.
Segunda ela, Inácio teria tentado impedir que levassem a filha, Nara Arruda, para a delegacia. Neste momento, conta, os policiais teriam agido com “violência e truculência” para afastar o político. “Jogaram spray de pimenta nos nossos rostos. Feriram minha mãe, meu pai, minha irmã, meu irmão e a mim. Enforcaram meu pai e meu irmão”, conta Clara.
Vídeo mostra momento do tumulto
Vídeo mostra momento do tumulto
Inácio se manifesta
Já na sede da PF, Inácio falou sobre o ocorrido. Segundo ele, a Polícia Militar agiu com violência não só com sua família, mas com outras pessoas que estavam no local. “Eu estava no Jardim Jatobá, na divisa entre Fortaleza e Maracanaú, quando fui informado que policiais estavam tentando tomar os pertences de três jovens que estavam sentadas nas imediações do IFCE. Isso não tem sentido. Mesmo que elas estivessem com santinhos, material de campanha ou que for, eles não podem chegar exigindo suas coisas assim. As pessoas podem portar isso, só não podem distribuir” diz.
Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, quando ele chegou ao local sua família “já estava espancada”. “Minha esposa foi jogada no chão, deram um soco nela. Me deram uma gravata (mata-leão) e enforcaram meu filho. Além disso, também agrediram outros militantes que estavam no local. É triste ver a Polícia Militar sendo um fator de agressão. Imagina o que eles fazem na periferia”, criticou o político.
Inácio também destacou que vai entrar com uma denúncia no Ministério Público Estadual e Federal contra a ação dos policiais, além da própria Corregedoria da PM.
Nota da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
"A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) recebeu, via Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), denúncia de possível boca de urna próximo do Instituto Federal do Ceará (IFCE), em Fortaleza. Policiais militares que atenderam a ocorrência conduziram três pessoas à sede da Polícia Federal. A SSPDS informa ainda que as denúncias de excesso por parte dos policiais serão apuradas."
Com informações do repórter Messias Borges