Bolsonaro começa a revelar as cidades onde vai apoiar candidatos

Presidente indica que vai torcer pela vitória do candidato Celso Russomanno (Republicanos) na corrida municipal de São Paulo e de Coronel Menezes (Patriota) no pleito de Manaus (AM), além de Ivan Satori (PSD) em Santos (SP)

O presidente Jair Bolsonaro deu mais um passo em direção à participação nas campanhas municipais - aliados tentam atraí-lo, enquanto ele ainda hesita em fazer um gesto ostensivo.

Além da preferência que já havia sido revelada pelo candidato do Republicanos em São Paulo, Celso Russomanno, Bolsonaro indicou que poderá se envolver na disputa em outras cidades.

"Eu tenho um candidato em São Paulo. Não vou falar o nome dele. Tenho um candidato em Santos. Não vou falar o nome dele. E tenho um candidato em Manaus. Não vou falar o nome dele (...) Eu assumi esse compromisso de não entrar em eleição municipal. Mas a gente pode mudar de ideia também", disse o presidente, durante uma transmissão ao vivo na internet.

Antes disso, Bolsonaro já havia dado uma dica sobre o seu escolhido na capital do Amazonas. "Tem um careca lá (em Manaus) que eu acho que é bom, hein", disse Bolsonaro a apoiadores, na terça-feira.

Manaus

O "careca" em questão se chama Alfredo Menezes Júnior (Patriota). Nome praticamente desconhecido na política local, Coronel Menezes (como ficou conhecido) ganhou notoriedade no estado em 2019, quando foi nomeado por Bolsonaro para comandar a superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), um dos cargos federais mais cobiçados da região. Menezes cumpriu à risca o roteiro da maior parte dos oficiais do Exército. Formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e depois passou a ocupar cargos cada vez mais elevados dentro da burocracia militar. Aos 46 anos, entrou para a reserva remunerada, quando os militares deixam a ativa, mas ainda podem vir a ser convocados.

Após deixar o Exército, Menezes passou a se dedicar à vida empresarial. De acordo com a declaração enviada à Justiça Eleitoral, angariou um patrimônio de R$ 3,2 milhões, entre apartamentos, investimentos, cota em empresa e R$ 100 mil em dinheiro vivo.

Nas redes sociais, ele se apresenta como defensor e apoiador de Bolsonaro, uma lealdade que, segundo as publicações mais recentes, não diminuiu nem mesmo depois de ter sido exonerado da chefia da Suframa, em junho, após pressão de partidos do Centrão. Procurado, o candidato não se manifestou.

Santos

Em Santos, no litoral paulista, o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, disputará o cargo de prefeito pelo PSD. Bolsonaro e Sartori se encontraram no Palácio do Planalto na última terça, quanto tiveram um encontro a portas fechadas por 45 minutos. A expectativa de integrantes da equipe de Sartori é de que o presidente venha a participar em algum ponto da campanha, mas que isso ocorra de forma natural.

Sartori foi eleito para a presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo em 2012 e ocupou o cargo até 2013. Seu nome foi um dos cotados para o Ministério da Justiça após a saída de Sergio Moro do cargo, em abril. Sartori ficou também marcado pela sua atuação como relator do julgamento dos policiais militares que participaram do Massacre do Carandiru, quando 111 detentos morreram em 1992 dentro da penitenciária.

Cirurgia

A cirurgia para remoção de cálculo na bexiga de Bolsonaro, realizada, ontem, foi bem-sucedida e o presidente passa bem, informou o boletim médico. O presidente deu entrada, na manhã de ontem, no Hospital Albert Einstein.

Segundo o hospital, a cirurgia foi realizada sem intercorrências, durou cerca de 1h30 e a pedra foi totalmente removida. Bolsonaro está estável, sem febre ou dor.

Ele foi acompanhado por dois médicos, o cardiologista Leandro Echenique e o urologista Leonardo Lima Borges. De acordo com o presidente, a pedra tinha entre 2,5 e 3cm.

Segundo o boletim médico, o procedimento ao qual o presidente foi submetido é chamado de Cistolitotripsia endoscópica a laser sob anestesia. Ele é considerado simples e não invasivo. "O cálculo pode causar dor ao urinar, piora o fluxo da urina e até sangramento", explica Borges.