Assembleia indica Ernesto Saboia para a vaga do TCE

O conselheiro Ernesto Saboia de Figueiredo Júnior, em disponibilidade por conta da extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), será indicado para assumir a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), aberta no semestre passado, com a aposentadoria do conselheiro Teodorico Menezes. A escolha do seu nome, dentre os sete conselheiros em disponibilidade, é aleatória. O projeto de Resolução da Mesa Diretora da Assembleia consta da pauta das votações da próxima semana.

A emenda constitucional que extinguiu o TCM, em agosto passado, não definiu os critérios de preenchimento das vagas de conselheiros que forem sendo abertas no TCE, como determinava a emenda constitucional do fim do ano passado, também extinguindo o TCM, que teve os seus efeitos suspensos por decisão liminar da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, imediatamente após a sua publicação, em dezembro de 2016. Na época, dizia-se ter sido colocado na emenda a foto de Ernesto para ser o primeiro do TCM a chegar ao TCE.

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Antes e durante o processo de extinção do TCM, vários candidatos se habilitaram para substituir Teodorico Menezes, como conselheiro do TCE, inclusive o deputado estadual Fernando Hugo, que conseguiu o apoio de pouco mais de 30 dos seus colegas de Assembleia, para ser o indicado àquele cargo vitalício, com prerrogativas e vantagens equivalentes a desembargador.

O nome do conselheiro, porém, havia surgido desde o primeiro momento das tratativas para a extinção do TCM, defendido pelo deputado João Jaime, um dos que mais batalharam para acabar com o Tribunal de Contas dos Municípios.

Os sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, como eram os do TCM, são indicados: quatro pela Assembleia, sendo qualquer pessoa que preencha os requisitos constitucionais, e três pelo governador, sendo que dois destes terão que ser servidores do próprio Tribunal, aprovados em concurso público para os cargos de Auditor e de Procurador de Contas, alternadamente.

A terceira vaga é para qualquer pessoa que atenda os ditames constitucionais. A vaga da aposentadoria de Teodorico é da Assembleia, portanto, Ernesto vai para o cargo na condição de indicado dos deputados e não por ser um conselheiro em disponibilidade do extinto TCM.

Ernesto Saboia foi para o TCM em substituição ao conselheiro Eufrasino Neto, morto em desastre automobilístico no exercício do cargo. Ele foi deputado estadual por alguns mandatos, mas o seu lugar no TCM foi preenchido por indicação do governador Tasso Jereissati, de quem foi secretário, em 1999.

Liminar negada

A extinção do TCM, porém, ainda está na dependência do STF, onde tramita uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pela Atricon, a associação dos tribunais de contas. O ministro Marco Aurélio é o relator do processo. Ele não deu a liminar pedida na peça inicial da ADI, e na quarta-feira, negou expressamente a reincidência do pedido de liminar, da mesma Atricon, confirmando que a matéria será levada ao plenário do STF, quando, possivelmente, será julgada em definitivo. E com o julgamento ficará ou não consolidada a extinção daquela Corte. O PSD, ligado à família de Domingos Filho, presidente quando a Corte foi extinta, e o PDT governista são partes na ADI.