Depois de anunciar que está deixando o PL, após a chegada do presidente Jair Bolsonaro, o vereador de São Paulo, Thammy Miranda, falou à coluna sobre o episódio de divergência com o presidente e a família dele.
Desde que entrou para a vida pública, Thammy já passou por partidos que o próprio Bolsonaro foi filiado, como o PP e também pelo PSC — que integrou parte da família do chefe do Planalto.
Apesar do histórico partidário de Thammy ser mais inclinado ao grupo de centro-direita, o vereador prefere não se definir ideologicamente.
"Enquanto a gente olhar pros lados não vamos avançar. Tem que olhar pra frente com o foco na nossa gente. Tem gente passando fome, tem gente morando na rua… enquanto a gente não olhar na mesma direção, não vamos avançar", conta.
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— Thammy Miranda (@ThammyReal) November 30, 2021
O parlamentar diz que não tinha como continuar na mesma legenda do presidente "depois de tudo que já aconteceu". "E todos os ataques que já sofri por parte de familiares do presidente, não faz sentido estar no mesmo partido", justificou.
Thammy ainda não sabe qual partido deve integrar daqui pra frente.
"Meu foco é trabalhar e dar continuidade no que estamos construindo de positivo. Meu maior foco agora é aprovar até o final do ano um dos meus projetos que diz respeito à educação socioemocional", explica.
Respeito
Trans, Thammy deixou claro que a sua identidade de gênero nunca foi motivo de tratamentos diferentes nos partidos que integrou ao longo da vida pública.
"Sempre fui muito respeitado em todos e tive abertura de fazer as coisas que eu acredito. Não vi diferença".
Eu tenho ideias diferentes da maioria dos políticos. E é por isso mesmo que decidi entrar pra política, porque eu quero fazer diferente e sei que posso! Eu vejo que aos poucos estamos conseguindo uma renovação. E tenho fé num futuro com pessoas mais comprometidas e com ideias mais novas e que incluam a todos, principalmente os que mais precisam.
Atuação
Exercendo o mandato e vereador pela cidade de São Paulo, Thammy foi autor, em conjunto, em sete projetos de lei aprovados no município.
Entre eles o que reconhece as atividades religiosas e locais de culto como serviços essenciais em São Paulo "antes, durante e após em tempos de crises ocasionadas por moléstias contagiosas ou catástrofes naturais".
O vereador também assinou projeto de lei que implementa o acompanhamento psicológico para mulheres vítimas
de violência no município.
Em outro projeto aprovado, ficou definida a prática da telemedicina no município.