A estreia do Ceará na Copa do Brasil foi para esquecer. Ou para lembrar e não repetir a atuação fraquíssima contra o CRB fora de casa nesta quinta-feira (2), pelo jogo de ida da 3ª Fase. A derrota por 1 a 0 com gol aos 45 do 2º tempo foi um castigo para uma equipe fez uma partida abaixo da esperada, com raras aparições ofensivas e dominado pelo adversário.
Já são 6 jogos sem vencer, sendo duas atuações preocupantes, contra Mirassol e CRB, em um intervalo de 4 dias. As duas partidas fora de casa - uma pela Série B e outra pela Copa do Brasil - mostraram um repertório limitado ofensivamente, meio campo pouco participativo e falhas decisivas lá atrás.
O Ceará foi nulo ofensivamente nos primeiros 45 minutos contra o CRB, e ainda tomou pressão. Muito pelo meio campo pouco participativo, em uma partida ruim de Mugni, Richardson e Lourenço.
O time até tinha mais posse de bola, mas não conseguia criar jogadas, não tinha um meio campo que apoiasse. Janderson na direita, Aylon na esquerda, e Recalde centralizado formaram o trio ofensivo que não funcionou. Não ganharam duelos um contra um, nem receberam em boa situação para finalizar. Além disso, faltou aproximação e tabelas para jogadas ofensivas.
Mais preocupado em defender e segurar o resultado de empate, o Ceará só saiu mais para o jogo depois dos 25 minutos, com as entradas de Jean Irmer, De Lucca, Facundo Castro, Bruninho, Raí Ramos ao longo da etapa final.
O Ceará só criou uma grande chance aos 35, com Matheus Bahia achando bom passe para Recalde, que perdeu o gol mandando por cima.
Mas era pouco e a equipe foi castigada aos 45 minutos, em jogada confusa que João Neto marcou o gol sentado na pequena área.
O Vovô ainda teve a chance de empatar em chute de Raí Ramos de fora da área que o goleiro fez incrível defesa, mas ficou nisso. Só duas finalizações no jogo inteiro. Muito pouco para um time com a ambição do Ceará.
Onde melhorar?
A margem pra melhora do Ceará é limitada. As opções que Mancini tem não dão a ele um lastro para melhorar a equipe ofensivamente. Como não pode contratar até a janela do meio do ano em junho, o treinador precisará se virar. As peças para mudar são limitadas. Os uruguaios Facundo Castro e Barceló não mudam o panorama das partidas. Bruninho tem poucos minutos até então e tem mostrado pouco.
Mas o que mais preocupa, sem dúvida é a falta de um artilheiro. O Ceará não tem um homem-gol, um centroavante para marcar e decidir jogos. Assim, nem na bola parada o Vovô é perigoso.
O time depende da estrela de Erick Pulga, e sem ele, a equipe fica previsível. Não há dribles, não há um atacante agudo no um contra um. A esperança para o torcedor é que Pulga volte logo e que retorne com o futebol iluminado dele para mudar o cenário.
Caso contrário, Mancini terá muita dificuldade para que a equipe renda e seja criativa e perigosa diante dos adversários.
Saulo também pode ajudar, e ele faz falta por sua velocidade e imposição física. Ele não é um primor de técnica, mas é mais perigoso do que os que tem jogado em seu lugar.
Portanto, o cenário é preocupante, mais pensando na Série B, que é um campeonato longo e para lutar pelo acesso, é preciso ter um time competitivo e pontuar constantemente.