O Ferroviário teve seu rebaixamento para a Série D do Campeonato Brasileiro decretado com uma rodada de antecedência, após a derrota para o Náutico em Recife, pela 18ª rodada da Série C.
A equipe coral retorna para a 4ª divisão, competição na qual foi campeã de 2023, e chegou para este ano com ambição de permanecer e se consolidar na Série C. Mas o clube falhou no planejamento, com uma campanha para esquecer, trilhando a 'cartilha' do rebaixamento desde o início. Entenda os 5 motivos que levaram o Ferrão ao rebaixamento, muitos deles interligados e que juntos, foram fatais.
Veja os 5 motivos para o rebaixamento coral
1. Investimento limitado
O Ferroviário chegou para uma Série C competitiva, com times de tradição e bem mais investimento. E com um orçamento enxuto e investimento limitado, a equipe não conseguiu se encontrar. Ainda que o time tenha contratado, poucos reforços vingaram. Dos reforços, apenas Marcelinho deu algum retorno esportivo. Antes da Série C começar, havia uma indefinição pela permanência de Mauricio Copertino por falta de investimento. Ele ficou, começou a competição, mas caiu com 3 rodadas.
Kobayashi retornou, pediu reforços, mas poucos vieram e ele mostrou descontentamento. A equipe reagiu com duas vitórias seguidas, mas depois o treinador caiu após a 15ª rodada após externar salários atrasados.
Raniere Ribeiro chegou para as 3 rodadas finais, mas a situação já era praticamente irreversível, com a derrota contra o Caxias em sua estreia sendo decisiva para a queda.
2. Troca de treinadores
Foram 3 treinadores durante a campanha. Copertino ficou 3 jogos, Kobayashi 12 partidas, e Ranielle fará seu 3º jogo na última rodada. Foram raros os momentos em que o time teve consistência e as vitórias foram raras na 1ª Fase. Apenas nas vitórias contra Londrina, Floresta e São José (todas com Kobayashi) a equipe 'respirou' fora do Z4.
Mas depois disso a equipe entrou em má fase, vivendo jejum de vitórias. O técnico campeão da Série D se desgastou internamente e caiu. Ranielle veio faltando 3 rodadas, mas praticamente com o rebaixamento consumado. Ou seja, nenhum treinador conseguiu fazer o Ferroviário render na Série C.
3. Salários atrasados
Após o empate em casa com o Sampaio Corrêa, no dia 5 de agosto, que praticamente decretou o rebaixamento coral, Kobayashi desabafou, expôs que os salários da comissão técnica e jogadores estariam atrasados. Ele foi demitido um dia depois da declaração. E no futebol, atrasar salários é desmotivar um elenco que era limitado e insuficiente para a competição. Nem as lideranças do elenco, Douglas Dias, Alisson, Ernandes, Lincoln e Ciel conseguiram contornar a situação e fazer o elenco reagir. O elenco como um todo ficou devendo - até os jogadores mais experientes - mas atrasar salário é um pecado que a diretoria não deveria ter cometido.
4. Campanha fraca em casa
Se na Série D de 2023 o Ferrão ficou invicto em casa, o clube tinha o desafio uma campanha consistente em uma divisão de nível superior. E a equipe não conseguiu. Em asa, foram apenas 2 vitórias (ambas com Kobayashi), 4 empates e 2 derrotas. Foram apenas 8 gols marcados e 12 sofridos.
O clube desperdiçou pontos importantes em confrontos diretos em casa, contra Aparecidense (empate), ABC (derrota), CSA (empate) e Sampaio Corrêa (empate).
5. Defesa mais vazada da competição
O Ferroviário sempre foi muito frágil defensivamente na Série C. A equipe teve a pior defesa da 1ª Fase, com 35 gols sofridos. A média alta de 1,94 sofridos por jogo, quase dois por partidas, complicou o time. Não há como permanecer em uma competição tão dura quanto a Série C se a defesa for ruim. Se a equipe não tiver um ataque poderoso para compensar, o rebaixamento é certo.