Precisamos de mais concorrência para baixar os preços dos alimentos, diz presidente da Faec

Amilcar Silveira falou dos desafios e oportunidades do agronegócio cearense em entrevista

Legenda: Agronegócio cearense prevê um bom ano em 2022, diz Amilcar Silveira
Foto: Thiago Gadelha

Após assumir, em janeiro, o comando da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amilcar Silveira acelera as ações para superar os desafios prioritários do setor: fortalecer o crédito rural e a assistência técnica aos produtores.

Em entrevista no programa Conexão Verdinha, da Rádio Verdes Mares e TV Diário, ele destacou o investimento de R$ 100 milhões em assistência nos próximos anos, que beneficiará 12 mil produtores. "A gente quer levar novas tecnologias para o homem do campo", diz Silveira, destacando com fervor o enorme potencial do agro cearense, que hoje produz até figo e mirtilo.

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Com a boa recarga hídrica deste ano, ele previu um ciclo positivo para a agropecuária em 2022. No ano passado, o PIB do setor encolheu 4,7%, o que não deve se repetir.

Amilcar Silveira
Legenda: Presidente da Faec, Amilcar Silveira, em entrevista ao Sistema Verdes Mares
Foto: Thiago Gadelha

Inflação

Sobre a corrosiva inflação dos alimentos, Silveira frisa que, para atenuar os preços para os consumidores finais, o setor precisa de estímulos à competitividade.

"Se a gente utilizar a totalidade dos perímetros irrigados, que são 53 mil hectares, nós garantimos alimento nas casas e supermercados de Fortaleza a um preço pelo menos 20% mais baixo. O que faz o preço baixar é a concorrência. Nós precisamos produzir mais para que os alimentos fiquem mais baratos na mesa do cearense".
Amilcar Silveira
Presidente da Faec

Amilcar Silveira Faec
Legenda: Entrevista foi realizada no programa Conexão Verdinha
Foto: Thiago Gadelha

Silveira diz que outra necessidade do setor é a desburocratização. "Hoje, nós queremos técnicos credenciados e preparados para o setor produtivo. É isso que a gente espera do Governo. E, por vezes, não atrapalhar. Menos burocracia para produzir".

O presidente da Faec exaltou o empreendedorismo local e as conquistas do agronegócio do Ceará, que produz 52% dos alimentos consumidos no Estado — marca que o setor busca ampliar.

"Nós temos um negócio fantástico: o cearense, um empreendedor nato. O maior produtor de camarão do Brasil está no Ceará; o maior produtor de melão do mundo é cearense; um dos maiores produtores de leite do Brasil é cearense; o maior exportador de banana para a Europa é cearense", enaltece.

Orgânicos

Quanto aos defensivos agrícolas e agrotóxicos, Silveira afirma que "nós não queremos e nem precisamos usar isso".

"Quando você utiliza além da quantidade, vira um veneno. Nós temos grandes lavouras aqui, todas orgânicas. E é por aí que o mundo está caminhando, usando menos defensivos e mais bio-orgânicos. O Ceará está virando referência em produtos orgânicos".



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