Usina de Santa Quitéria e dependência de fertilizantes na pauta em Brasília

Frente Parlamentar de Agropecuária discute possíveis impactos positivos do empreendimento cearense para a produção nacional de fertilizantes

A usina de Santa Quitéria, que produzirá fosfato e urânio no interior do Ceará, foi um dos assuntos debatidos no seminário “Fertilizantes: uma questão estratégica para o Brasil”, realizado nesta quinta-feira (27), em Brasília, pela Frente Parlamentar de Agropecuária (FPA).

O projeto, cujos investimentos previstos ultrapassam R$ 2 bilhões, segundo especialistas do agronegócio, pode ser a chave para reduzir a dependência do mercado brasileiro quanto à importação de fertilizantes. A previsão é que a usina reduza a importação de adubos, que hoje representa 90% do consumo nacional.

A temática foi debatida por deputados e empresários do setor, dentre os quais Rodolfo Galvani Jr, presidente do Conselho de Administração da Galvani, que integra o Consórcio Santa Quitéria com a INB (Indústrias Nucleares do Brasil).

"É enorme a importância estratégica da produção nacional de fertilizantes. Dentre outras vantagens, ganhamos mais segurança no suprimento com menor risco de desabastecimento, além de viabilizarmos uma produção tecnicamente customizada para a nossa agricultura", afirmou Rodolfo durante o painel sobre a cadeia de fertilizantes.

O projeto de Santa Quitéria está em fase de estudos ambientais e licenciamento. A projeção de produção anual é de de 1,05 milhão de tonelada de fertilizantes fosfatados e 220 mil toneladas de fosfato bicálcico, o equivalente a 98,8% do material a ser gerado no empreendimento. Somado à produção atual da Galvani, o projeto responderá por 25% da demanda de fertilizantes fosfatados e 50% da de fosfato bicálcico das regiões Nordeste e Norte do Brasil.

Reunião com Elmano

Na semana passada, executivos do Consórcio Santa Quitéria se reuniram com o governador Elmano de Freitas e abordaram avanços no desenvolvimento do projeto de produção de adubos fosfatados para a agricultura e fosfato bicálcico para a pecuária.

Conforme os investidores, o empreendimento não necessitará de uma barragem de rejeitos, a partir de um processo inédito de tratamento do fosfato a seco. O consumo de água na planta também será reduzido.

Tais melhorias, aponta o Consórcio, garantem a sustentabilidade na produção de adubo e de ração animal no estado do Ceará.

“Vamos, de uma maneira responsável, disponibilizar produtos inovadores e os mais limpos e de maior pureza do mercado, impulsionando a agricultura e a pecuária das regiões Nordeste e Norte do País, gerando novas oportunidades de negócios nesses setores e diminuindo a enorme e incômoda dependência de importações de fertilizantes fosfatados", comenta Rodolfo Galvani.