Os planos de desenvolver o cultivo de garoupa no Ceará, um pescado de alto valor agregado e forte aceitação comercial, avançaram e a produção deve ser viabilizada a partir do início de 2023. Essa é a expectativa do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amilcar Silveira.
Nesta semana, a equipe técnica envolvida nos estudos de viabilidade, que incluem a própria Faec, o Governo do Estado, especialistas e produtores interessados, realizaram visita a fazendas de camarão em Paraipaba, no litoral oeste, locais que devem ser utilizados para a produção da garoupa.
Amilcar revela que um produtor privado realizou aporte para trazer um laboratório de reprodução de alevinos, nome dados aos filhotes do peixe e necessários ao cultivo, que tanto vai produzir a garoupa quanto comercializar os alevinos.
O laboratório deve ser instalado até o fim do ano e iniciar a produção dos alevinos no início d e 2023. Dessa forma, o presidente da Faec estima que a primeira leva dos peixes seja atingida um ano depois.
Os valores dos investimentos iniciais não foram divulgados, mas Amilcar aponta que somente o laboratório deve gerar 20 empregos.
A garoupa tem muita requisição no mercado internacional e a nossa intenção é substituir parte da piscicultura por peixe marinho. Nós teremos aqui o segundo laboratório de alevinos do Brasil, vai ser um negócio fantástico. Só para você ter uma ideia, a tilápia custa R$ 7 o quilo. O quilo da garoupa custa US$ 15".
Relatório
A partir da visita técnica, um relatório foi produzido pela Feac que atesta a viabilidade do projeto.
O documento pontua que "estudos preliminares indicam que a garoupa verdadeira tem alto potencial para aquicultura e a viabilidade econômica do cultivo já foi bem demonstrada em nossas condições".
O texto ressalta que a espécie é bem adaptável a cultivos de pequeno porte, "que podem ser desenvolvidos por unidades familiares ou micro-empresários, envolvendo inclusive as comunidades de pescadores tradicionais que poderiam aumentar sua renda mensal de forma sustentável".
"O alto valor de mercado, o cultivo em larga escala, por ser animal extremamente rústico e que suporta bem o manejo, também desperta interesse em grandes investidores", indica.
"Considerando as condições ambientais predominantes no Estado do Ceará, chegamos a conclusão que dentro de pouco tempo poderemos produzir a garoupa verdadeira em solo cearense, ofertando alimentação e divisas a produtores rurais do nosso Estado", garante.
A matéria foi escrita por Carolina Mesquita.