Empresas do Pecém investirão R$ 16 bilhões nos próximos anos

Associativismo entre companhias do Complexo vem ajudando a acelerar os resultados

As empresas ligadas ao Complexo do Pecém deverão investir mais de R$ 16 bilhões nos próximos anos, segundo levantamento realizado pela Aecipp - Associação que representa essas companhias. 

Na prática, o montante deverá ser ainda maior, pois o apurado da entidade não inclui as cifras diretamente ligadas ao hidrogênio verde, cujos projetos, caso sejam concretizados, injetarão bilhões de dólares na economia local, além de criar dezenas de milhares de empregos.

Veja a lista de investimentos previstos

  • Parque de tancagem da Dislub: R$ 300 milhões
  • Termelétrica a gás natural da Portocém: R$ 5 bilhões
  • Refinaria da Noxis Energy: R$ 4,2 bilhões
  • Gasoduto Cegás: R$ 130 milhões
  • Tupnelog (terminais para transporte de minérios,grãos e contêineres: R$ 2,4 bilhões
  • PPPs de saneamento: R$ 3,6 bilhões na área

O ecossistema de prosperidade do Pecém tende a ganhar ainda mais musculatura nos próximos anos, conforme prevê Eduardo Amaral, presidente da Aecipp, entidade que vem expandindo as atuações em diversas frentes, das ações sociais à articulação de negócios entre as associadas, passando pela qualificação profissional.

Estas, aliás, já são mais de 90, quase o dobro do início do ano (47) e mais que o triplo em comparação com 2022 (quando eram 28), o que evidencia a aceleração do associativismo. O número deverá seguir crescendo, em consonância com o próprio corredor produtivo do Pecém.

A ampliação de membros foi possível com uma mudança promovida na governança da Aecipp, que passou a permitir a entrada de companhias que não estão necessariamente instaladas no Cipp, mas possuem relação com aquele ambiente de negócios, como prestadoras de serviços.

"A gente emprega dentro do Complexo em torno de 5 mil pessoas. A nossa ideia é desenvolver a região, fomentar a economia circular; treinar pessoas, garantir infraestrutura para as empresas que fazem parte dessa cadeia produtiva. Nós, como líderes, temos legitimidade para isso", pontua Amaral.

A Associação reúne gigantes de diferentes segmentos, como Arcelormittal, Aeris, Aço Cearense, Maersk, Fortescue, Vix, White Martins, entre outras.

Hidrogênio verde

Para Amaral, mesmo antes da materialização dos projetos de hidrogênio, esta nova fronteira energética já vem gerando positividade para o Pecém e o Ceará. "O hidrogênio ainda não é uma realidade, mas ele já produz frutos, pois ele cria expectativa positiva. E com isso, vêm os investimentos", ressalta.

O Estado é líder na corrida para iniciar a produção comercial de H2V e acumula quatro pré-contratos assinados para a construção de usinas, além de mais de duas dezenas de memorandos firmados com potenciais investidores dessa cadeia.

União para crescer

No Pecém, a ambiência colaborativa entre as empresas permite ganhos múltiplos em aspectos como mão de obra, infraestrutura, diretrizes ESG e outros. Como explica Amaral, isso se viabiliza por meio de parcerias com diversos entes, tais como Sebrae, Sesi, universidades e setor público, incluindo as prefeituras de São Gonçalo do Amarante e Caucaia.

No intervalo de três anos, as ações de responsabilidade social promovidas totalizaram mais de R$ 23 milhões investidos, com 122 projetos e mais de 370 mil pessoas beneficiadas.

De olho no avanço da demanda por mão de obra no Pecém, uma dessas ações é o Projeto Aproximar, que registrou 4.800 novas vagas de emprego em 2023.

O prefeito de São Gonçalo do Amarante, Marcelo Teles, afirma que essa visão ESG sobre o Pecém está fortalecendo diversos indicadores, como os de emprego.

"Essas parcerias com a iniciativa privada são fundamentais para o desenvolvimento de São Gonçalo do Amarante. Temos percebido um avanço forte no mercado de trabalho, na criação de vagas e na qualificação profissional. Tudo isso beneficiando trabalhadores locais", frisa o gestor.