Com pré-contrato assinado com o Complexo do Pecém para uma planta de produção e comercialização de hidrogênio verde, a AES Brasil está conduzindo estudos de viabilidade sobre a possível construção da indústria energética.
A exequibilidade do empreendimento a um custo competitivo para a empresa ainda constitui um obstáculo importante ao projeto, destaca José Carlos Reis, gerente de comercialização de energia da AES Brasil, em conversa com esta Coluna.
O executivo acredita que o hidrogênio deverá começar a se concretizar no Brasil em três a cinco anos, mas pontua que ainda é preciso superar um rol de desafios.
Desafio logístico
"O pré-contrato nos garante uma cadeira na mesa. Agora, nós estamos na fase de engenharia básica. A ideia é que a planta geradora esteja 'on site' (no local), que não dependa de conexão na rede de transmissão, porque assim nós reduzimos o custo. O ideal seria termos a planta da eletrólise acoplada à planta geradora, mas para conseguir uma área com capacidade instalada de 2 GW, seria um espaço muito grande", detalha Reis.
A AES, diz, tem a missão de acelerar a transição energética em todos os países nos quais atua. A companhia, inclusive, criou uma gerência específica para tratar dos planos sobre hidrogênio verde no Brasil, além de uma diretoria global que se debruça sobre o tema.
A matriz anunciou, em dezembro de 2022, um projeto comercial de hidrogênio no Texas, com investimento de US$ 4 bilhões, em parceria com a fabricante de gases industriais Air Products.
Com previsão de conclusão em 2027, o projeto inclui uma usina de energia solar e eólica, a ser erguida pela AES, com 1,4 gigawatts (GW) de capacidade, associada a uma planta de produção de hidrogênio por eletrólise com capacidade para 200 toneladas diárias de hidrogênio verde.
Projetos eólicos
A AES Brasil está construindo dois parques eólicos de grande porte no Nordeste. Um deles fica no Rio Grande do Norte, na região de Lajes, e tem capacidade instalada de 1,6 GW, com previsão de início da operação comercial para 2023. O empreendimento, cuja energia produzida será vendida no mercado livre, é operado 100% por mulheres.
O outro empreendimento fica na Bahia, no município de Tucano, e possui 322 MW de capacidade. Também será operado integralmente por mulheres e entrará em operação neste ano.