Mesmo após o aval unânime do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a venda da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), em Fortaleza, o negócio ainda não foi finalizado.
Segundo apurou esta Coluna com fontes familiarizadas com o tema, a Petrobras está protelando a concretização da venda para a Grepar, que já havia sido firmada em contrato.
A estatal está cogitando arrendar ou até mesmo se tornar sócia da empresa compradora, o que não estava previsto nos termos estabelecidos. A Grepar não aceita esta possível mudança no modelo do negócio.
A Petrobras ainda não resolveu o impasse relativo ao terreno ocupado pela Lubnor. A maior parte da terra pertence à União e uma porção menor é da Prefeitura de Fortaleza. Segundo a Grepar, este óbice não seria impeditivo para o fechamento da aquisição.
O prazo final para a conclusão do negócio é 25 de novembro. A data limite para transferência dos ativos era 1º de agosto, no entanto, a Petrobras adiou para 1º de setembro.
Posições de Grepar e Petrobras
Em nota, a Grepar afirma que "tem confiança que a estrutura do processo de venda da Lubnor é robusta e contem uma série de mecanismos que permitem fechar o negócio da forma que foi planejado entre a Grepar e a Petrobras".
A Petrobras publicou comunicado na tarde desta quarta-feira (9), afirmando que "vem cumprindo rigorosamente o contrato de compra e venda assinado entre as partes e atuando para o cumprimento das condições precedentes estabelecidas em tal contrato".
Sobre a venda
A Lubnor foi vendida para a Grepar por US$ 34 milhões, conforme contrato assinado em maio do ano passado.
Além do valor da venda, serão investidos mais US$ 41,9 milhões para a recuperação da capacidade de estoques, contas a receber, petróleo e ressarcimento dos investimentos feitos pela Petrobras nos últimos dois anos, totalizando US$ 75,9 milhões de dólares.
Com a operação concluída, a produção de asfalto da planta aumentará em 30% - o que deve reduzir a importação do insumo de outras regiões.
A Lubnor é responsável por 10% da produção de asfalto no País e atende à demanda dos estados do Norte e Nordeste, em especial o Ceará.
Além disso, a refinaria é a única produtora de óleos básicos naftênicos no Brasil, que são utilizados como base para produção de lubrificantes para motores elétricos, fluidos hidráulicos, transformadores, graxas industriais e outros, além de produzir, nafta, óleo combustível e diesel marítimo.