Agro cearense quer propor ao Estado ações para possível ano de seca

Setor teme efeitos de eventual estiagem e busca alinhamento com o Governo Estadual no assunto

O agronegócio do Ceará já teme a possibilidade de um ciclo de estiagem em 2024, diante dos efeitos do El Niño. A ideia dos empresários e produtores é propor medidas ao Governo do Estado que possam atenuar uma eventual crise, diz Amílcar Silveira, presidente da Faec (Federação da Agropecuária do Ceará), a esta Coluna.

Ele avalia que a Transposição do Rio São Francisco deverá ter efeito limitado em 2024 no sentido de garantir o abastecimento para a Região Metropolitana de Fortaleza no provável cenário de escassez hídrica. O motivo é a acentuada perda da água no percurso do empreendimento. No entanto, destaca que o Ramal do Salgado terá importância estratégica para sanar fragilidades da Transposição.

Em entrevista ao Sistema Verdes Mares nessa quarta-feira (20), o governador Elmano de Freitas reforçou que o Cinturão das Águas e o Ramal do Salgado garantirão maior vazão hídrica.

“A Transposição do São Francisco já nos garante, do jeito que ela é hoje, a água chegar no Castanhão. Só que ela vem com muita perda. Perda de infiltração no rio e de evaporação. Ontem estive com o ministro do Desenvolvimento Regional (Waldez Góes, do PDT) para garantir a obra do Ramal do Salgado, que diminui em 150 quilômetros o percurso da água para chegar ao Castanhão, então ganha muito tempo e aumenta o volume de água que chega”, destacou o governador.

Amilcar também sugere que, caso se confirme a seca, sejam criadas medidas de estímulo para os consumidores economizarem água. "É melhor estimular o consumo consciente do que punir com taxas", opina.

Em nota, o Governo do Ceará afirma que todas as colaborações, seja da iniciativa pública ou privada, são bem-vindas e pontua que "vem trabalhando para mapear e detalhar um plano de ações e obras prioritárias mais específicas para enfrentamento dos efeitos do El Niño, que em breve deve ser formatado e anunciado".