A Argentina tem o melhor futebol das Américas. E um condutor de talento, de comportamento exemplar dentro e fora de campo: Lionel Messi. Dele, mais que todos, o brilho de uma conquista memorável. Não foi no La Bombonera, nem no Monumental de Núñez, nem no Camp Nou. Não foi em Buenos Aires nem em Barcelona. Messi reinou absoluto nos gramados brasileiros. E terminou aplaudido no templo onde reinaram os geniais Pelé e Garrincha. Messi, exemplo de resignação nos insucessos anteriores, agora teve o direito de extravasar sua alegria e desfilar o sorriso aberto de um campeão. Impressionante um detalhe: quando o árbitro encerrou a partida, o time inteiro, de uma só vez, correu todo para abraçar Messi. O reconhecimento. O agradecimento. Em campo, apenas uma amostra da reverência de um país inteiro. A Argentina, do ídolo Diego Maradona, agora aos pés de Lionel Messi. Ganhar a Copa América foi um feito notável. Entretanto, muito mais notável foi conquistá-la em pleno Maracanã. Jornada inesquecível de uma decisão, eternizada no erguimento da taça pelo admirável e respeitado capitão, Lionel Messi.
Rivalidade
Sei do entusiasmo dos argentinos diante desta conquista. A velha e tradicional rivalidade tem significativo peso. O Rio de Janeiro teve de humildemente compreender a vitória de Messi. O Brasil teve de humildemente entender a comemoração dos visitantes. Neymar, entre lágrimas, abraçou Messi. Belo gesto, rendeu-se à superioridade de seu ex-companheiro de clube.
Título mundial
Messi é campeão mundial de clubes várias vezes pelo Barcelona. Mas lhe falta ainda a conquista de uma Copa do Mundo. Em 2014, no Brasil, esteve perto. Foi vice. Agora terá mais uma chance na Copa do Mundo do Catar em 2022. Ele merece. Aliás, notáveis craques carregam na alma a frustração pela falta de um título assim.
Nomes
Eis alguns craques geniais que encerraram a carreira, sem a glória da conquista de uma Copa do Mundo de seleções: os brasileiros Leônidas da Silva, Zizinho, Júlio Botelho (Julinho) e Zico; o argentino Alfredo Di Stéfano, o holandês Johan Cruijff, o húngaro Ferenc Puskas, o goleiro russo Lev Yashin, o alemão Uwe Seeler e o inglês Stanley Matthew.
Pílulas
Será Rogério Ceni tão encrenqueiro como denunciaram integrantes da comissão técnica do Flamengo? Será Ceni tão encrenqueiro como denunciaram alguns jogadores do Cruzeiro, após sua fracassada e efêmera passagem pelo clube mineiro? Não posso analisar, pois não o conheço pessoalmente. Quem pode dizer alguma coisa é Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.