O mais charmoso campeonato de futebol é o cearense
Leia a Coluna deste sábado (18)

O nosso feijão com arroz começa hoje. O “Manjadinho”. Tem história. Berço de tudo. Nas primeiras décadas, o verdadeiro amor à camisa. Um profissionalismo misturado com sentimento de paixão. Nem de longe pensar no mercenarismo que se vê em algumas atitudes de hoje.
Foi assim que nasceu e prosperou o Campeonato Cearense. Era joia única dos desportistas. Não havia Taça Brasil. Não havia Nordestão nem Copa do Nordeste. Não havia Campeonato Brasileiro de Clubes. Somente na década de 1930 criaram o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. E só.
Então, nada se comparava ao Campeonato Cearense com seus ídolos, suas torcidas pacatas, seus estadinhos acanhados, suas gramas de jardins. Bolas com pito. Chuteiras de couro grosso, com pregos revestidos nas travas. Uniformes pesados. E, quando chovia, meu Deus...
Foi assim, com devoção e sacrifício. E talvez, por isso mesmo, venha resistindo às propostas de extinção, desejo intenso dos ingratos. Não tem modernidade que se compare ao que foi feito nos primeiros anos do futebol. Tudo por ideal e por amor.
Estreia
Hoje, no PV, o Ceará estreia diante do Tirol. O mais antigo diante do mais novo. O Vozão, com tantas histórias para contar. O Tirol com o desejo de fazer história. O primeiro gerado pelo idealismo de um grupo sonhador. O segundo gerado pelo mundo dos negócios.
Objetivo
Que o Tirol alcance seu desiderato de crescer e se estabelecer como clube-empresa. Não sou contra ao novo pensar dos times de futebol inspirados nos lucros milionários que os ídolos produzem. O mercado é livre e cada um tem o direito de realizar, empreender, investir e obter resultados financeiros satisfatórios.
Amostra
O Ceará terá a primeira oportunidade de, em jogo oficial, mostrar o trabalho inicial que está sendo feito na montagem da equipe. Aviso aos mais exigentes: não queiram um Ceará perfeito em começo de temporada. Há muita água para correr sob a ponte. A hora da cobrança chegará. Tudo tem seu tempo.
Rodada
Hoje, no Morenão, o Iguatu recebe o Maracanã. O Iguatu, com muito mérito, tem se mantido na elite. Merece todos os encômios. Não é fácil fazer futebol no interior. É um ato de bravura, máxime pelas limitações financeiras. Da mesma forma, parabéns aos dirigentes do Maracanã. É muita abnegação.
Amanhã
Floresta e Barbalha se enfrentam no Domingão. O Ferroviário recebe o Horizonte no PV. Alguém conseguirá derrubar o tabu de 29 anos de predomínio de Ceará e Fortaleza? O último título estadual, que não teve o destino do Pici ou de Porangabussu, foi o bicampeonato do Ferrão em 1994/1996. Em matéria de futebol tudo é possível...